Opinião/Informação:
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) lançou a Oportunidade nº 052/2025, com prazo de apresentação de propostas até 15 de março passado. O objeto? Alugar uma aeronave bimotor por horas de voo — contrato estimado em quase R$ 10 milhões. A justificativa oficial seria atender o projeto “Governança Ambiental e Bioeconomia no Estado do Amazonas”. Mas fica a dúvida: contrataram mesmo? Ou será que vem aí outra licitação igual, talvez até maior, com o mesmo pretexto? O valor é tão alto que deveria, no mínimo, chamar atenção do Ministério Público e do MPF-AM, afinal, envolve povos e comunidades tradicionais. E o mais curioso: a FAS, que sempre se posicionou contra o asfaltamento da BR-319 dizendo que nossas estradas são os rios, parece agora querer cruzar a floresta pelos ares. Seria essa aeronave de luxo (15 passageiros e 2 tripulantes) um novo “meio sustentável” para transportar caboclos, ribeirinhos e extrativistas? Ou apenas mais um privilégio para os “ambientalistas de escritório” que condenam o asfalto, mas adoram uma asa dura para viajar sobre o verde? Ironias à parte, o fato é que o povo do Amazonas continua sem estradas, sem transporte digno, sem infraestrutura básica e sem dignidade. Enquanto isso, multiplicam-se projetos milionários para “salvar a floresta” — de cima, bem longe da realidade. Se a FAS realmente quisesse fazer diferença, investiria esses recursos na melhoria das comunidades que dizem representar. Mas parece que, no modelo atual de “sustentabilidade”, o que importa é voar alto — e bem longe do chão do Amazonas correndo em busca do “crédito de carbono”. Deixo a pergunta: Quem realmente vai voar nesse avião? Teve disputa na licitação? Existem várias aeronaves do tipo solicitado na “OPORTUNIDADE” no Amazonas, na região? Por fim, ainda chamam isso de “OPORTUNIDADE”? É, de fato, tripudiar do povo pobre do nosso estado.
THOMAZ RURAL
2 comentários sobre “ONG FAS vai gastar 10 milhões para voar sobre a Amazônia? Quem vai voar nesse avião?”
A transparência na gestão de recursos públicos e privados é fundamental — especialmente quando se trata de ações voltadas ao combate dos incêndios florestais no Amazonas. Mas a crítica deve partir de dados e de uma leitura correta dos instrumentos de gestão.
O documento em questão é um termo de referência para locação de aeronave, que detalha programas, fontes financiadoras e justificativas alinhadas às políticas públicas do Estado. Reduzir isso a um suposto “luxo” sem compreender a natureza técnica e operacional da medida é distorcer o debate.
Cobrar transparência é legítimo; fazer isso com base em interpretações enviesadas é desinformar. O combate aos incêndios na Amazônia exige seriedade, cooperação e conhecimento de causa, não ironias fáceis.
com essa “leitura” nosso povo não sai da miséria