A Embrapa Amazônia Ocidental realizou nesta quinta-feira (9/10) o Dia de Campo da Mandioca, reunindo mais de 140 participantes em seu campo experimental em Manaus (AM). O evento marcou o lançamento da BRS Jacundá, nova variedade de mandioca altamente produtiva e resistente a doenças. Também se mostrou técnicas, informações e avanços para a cultura da mandioca visando o fortalecimento da cadeia produtiva na região Norte.
Produtores rurais, técnicos, pesquisadores e representantes de instituições como Inpa, Ufam, Mapa, Idam, Sepror e secretarias municipais marcaram presença, além de jornalistas e empregados da Embrapa. Agricultores e técnicos dos municípios de Manacapuru, Anamã, Anori, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e de ramais da região metropolitana de Manaus participaram do evento.
Durante o encontro, os participantes circularam por três estações técnicas:
Cultivar BRS Jacundá, com a apresentação do pesquisador Ferdinando Barreto, especialista na cultura da mandioca, que destacou as vantagens da nova variedade, que tem polpa amarela, altamente produtiva (pode produzir até 40 toneladas por hectare), rica em beta-caroteno, indicada para solos de terra firme. Desenvolvida ao longo de mais de uma década de pesquisa, foi oficialmente lançada ao setor produtivo com garantia de segurança de produtividade.
Doenças da mandioca, com o analista Hermínio Rocha, da Embrapa Pesca e Aquicultura, que falou principalmente da Vassoura-de-bruxa da mandioca, doença causada pelo fungo Rhizoctonia theobromae, uma ameaça emergente da cultura. Identificada no Amapá e Pará, a doença provoca deformações e crescimento desordenado de brotos, afetando lavouras e colocando em risco a segurança alimentar de pequenos agricultores. “É importante conhecer a origem das mudas para evitar adquirir materiais contaminados”, disse.
Técnicas de pós-colheita, com o técnico do Idam, Susamar Santos, que ressaltou a importância do tratamento pós-colheita para garantir qualidade dos produtos derivados da mandioca. “A limpeza da raiz, retirada de impurezas e o descascamento são etapas essenciais”, recomendou. Também divulgou que o Idam oferece cursos que ensinam desde boas práticas até a fabricação de produtos que incluem fabricação de farinhas saborizadas e derivados como beijus coloridos e pé de moleque recheado, que agregam valor à mandioca.
Expectativas dos produtores rurais
Victor Quintino, produtor de Novo Remanso (Itacoatiara), compartilhou sua experiência com a cultura da mandioca e a expectativa em relação à BRS Jacundá: “A gente tem muita esperança de que essa variedade melhore o manejo e a produção por hectare, ajudando o produtor a alcançar mais receita.” Com 30 hectares atualmente plantados, ele planeja expandir a área após rotação com pecuária.
Klebson Dantas, representante da empresa Galo da Serra, que produz há 18 anos farinha de tapioca, goma de mandioca e agora farinha d’ água, cuja fazenda estabelecida no Amazonas possui registro no Mapa para produção de manivas sementes, falou da importância da aquisição de mudas de qualidade e livres de doença para se estabelecer um plantio comercial de sucesso.
Multiplicadores credenciados e comercialização
Rosildo Costa, analista da Embrapa, anunciou que duas empresas foram credenciadas como multiplicadoras da BRS Jacundá, com previsão de disponibilização do material em seis a oito meses. Para ser multiplicador, é necessário registro no Ministério da Agricultura (Renasem) e a Embrapa estará, nos próximos dias revelando os maniveiros credenciados para comercializar as mudas da BRS Jacundá, onde os interessados deverão contatar para aquirir as manivas sementes livres de doenças.
Maria José Tupinambá (114 DRT-AM)
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Colaboração: Síglia Souza (Mtb 66-AM)
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