Opinião/Informação:
Está circulando em grupos de WhatsApp a cópia do ofício nº 1466/2025, enviado ao Ministério do Meio Ambiente e assinado pelo atual titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (SEMA). O documento, endereçado à ministra Marina Silva, solicita “apoio” federal para ações de fiscalização ambiental justamente na região que hoje vive um cenário de tensão: o município de Apuí, no Sul do Amazonas.
A grande pergunta é: o governador Wilson Lima sabia — ou sabe — dessa iniciativa de seu secretário? Um secretário que, vale lembrar, até hoje não cumpriu a determinação legal de implementar o Zoneamento Ecológico-Econômico do Amazonas (ZEE-AM). É uma contradição gritante, especialmente quando se sabe que milhões de reais já foram destinados ao Estado justamente para ações de comando e controle ambiental. Mesmo com esses recursos, a SEMA optou por acionar a ministra Marina Silva, historicamente alinhada a setores mais radicais do ambientalismo.
Essa movimentação lembra um episódio do passado: durante o governo Eduardo Braga, seu então secretário de Meio Ambiente — que mais tarde fundaria a ONG FAS — também contribuiu para desgastar politicamente o governador junto aos produtores do Sul do Amazonas. Agora, o enredo se repete. Mais uma vez, um nome ligado à mesma ONG toma decisões que repercutem negativamente para o chefe do Executivo estadual junto à população dessa região.
E o mais intrigante: o secretário da SEMA não pediu apoio federal para implementar o próprio ZEE, nem solicitou investigação sobre o crédito de carbono do Projeto Mejurua. Mas para operações que afetam diretamente comunidades locais, o pedido de ajuda foi feito com urgência.
Resumindo: o que hoje vem sendo denunciado como truculência e abuso em Apuí começou com um ofício — assinado e enviado pelo secretário da SEMA, egresso da FAS — à ministra Marina Silva. Nunca defendi e jamais defenderei ilegalidades. Mas é impossível ignorar que a força desproporcional sendo aplicada no Sul do Amazonas tem origem em uma ação política que merece ser investigada. Enquanto isso, equipes do IBAMA-AM seguem em Parintins, ocupadas com outras pautas, enquanto o Sul do estado agoniza.
Abaixo, visita do senador Plínio Valério ao MPF-AM sobre este assunto. Eu apaguei o número de celular do titular da SEMA-AM que constava no ofício.
THOMAZ RURAL


