Opinião/Informação:
Acabei de receber uma informação que envergonha a gente: o estado do Pará está muito à frente do Amazonas na regularização ambiental.
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi criado pela Lei nº 12.651/2012, o novo Código Florestal. Ele é obrigatório para todos os imóveis rurais do país. Mas veja só: já se passaram 13 anos e, até agora, o Amazonas concluiu a análise de apenas 782 cadastros. Enquanto isso, o Pará já concluiu 38.793.
Um detalhe me chamou atenção: os 782 cadastros do Amazonas somam 1 milhão de hectares. Ou seja, deve ter alguma propriedade enorme aí no meio. No caso do Pará, os mais de 38 mil cadastros correspondem a 9 milhões de hectares.
A política ambiental do Amazonas está um desastre desde o primeiro mandato do Eduardo Braga, passou por Omar Aziz e agora continua com Wilson Lima. Fazer sempre a mesma coisa, com as mesmas pessoas, só poderia dar nisso.
O governador Wilson Lima ainda tem tempo de mudar esse ciclo de incompetência, que atrapalha quem quer produzir de forma legal e acessar políticas públicas. Se fizer, vai entrar para a história, e o interior do Amazonas será eternamente grato. Nada contra o código florestal, apenas agilidade (que não existe) dentro da legalidade.
Estamos no meio de um caos, mas os eventos e discursos bonitos de ONGS e ongueiros de dentro e fora do governo continuam. Até quando? Não dão prioridade ao Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) nem à regularização ambiental, justamente para manter tudo travado.
Mesmo assim, estão destinando quase R$ 1 bilhão do Fundo Amazônia para combater o desmatamento num estado que ainda tem 97% da floresta preservada. E mais R$ 78 milhões do banco alemão KfW para fazer bioeconomia… sem nem ter o ZEE pronto!
Sigo fazendo minha parte.
Fonte: Serviço Florestal Brasileiro
THOMAZ

