Opinião/Informação:
A primeira Conferência das Partes (COP) sobre mudanças climáticas ocorreu em 1995, em Berlim, na Alemanha. De lá para cá, chegamos à COP30, este ano, 2025, em Belém do Pará, Brasil. Apesar de três décadas de encontros, pactos e promessas, os resultados concretos ainda são tímidos. O que se vê, em muitos casos, são discursos políticos vazios e metas que raramente são cumpridas. Enquanto isso, quem historicamente mais preservou os ecossistemas — os povos indígenas, produtores rurais, as comunidades tradicionais e ribeirinhas — segue vivendo em condições precárias, com pouco ou nenhum acesso a serviços básicos como saúde, educação e saneamento. Essas populações mantêm, há séculos, práticas sustentáveis que garantem a conservação de vastas áreas de florestas e outros biomas, mas continuam à margem das decisões políticas e econômicas. É contraditório e cruel: quem menos polui e mais protege é quem vive pior. Enquanto grandes potências e corporações seguem explorando os recursos naturais e lucrando com atividades que degradam o meio ambiente, essas comunidades sofrem com a falta de políticas públicas que valorizem e fortaleçam seus modos de vida. A COP, que deveria ser um espaço de transformação efetiva, muitas vezes se limita a um palco para declarações diplomáticas. A preservação ambiental real continua sendo feita, silenciosamente, por aqueles que vivem da e com a natureza, mas que não são ouvidos nem respeitados. O desafio, portanto, vai muito além de estabelecer metas; é necessário romper com a lógica colonial que marginaliza os guardiões da terra e coloca o “lucro” acima da vida. Veja, abaixo, postagem da Camila Telles e da CENARIUM. É o teatro que venho falando há bastante tempo.
THOMAZ RURAL
