Opinião/Informação:
Ela pode enganar os senadores, mas não me engana.
Sempre que questionada, a ministra Marina Silva declara que não pode ser culpada pela não pavimentação da BR-319, já que esteve fora do governo entre 2008 e 2023, um período de 15 anos. No entanto, os senadores do Amazonas, que deveriam ter contraposto esse discurso, se calaram e perderam a oportunidade de expor um fato fundamental: ela teve responsabilidade, sim, por essa paralisação, mesmo durante sua ausência formal do governo.
Antes de deixar o cargo de ministra do Meio Ambiente, em 2008, Marina Silva foi a principal idealizadora e responsável pela criação do Fundo Amazônia, lançado oficialmente no final daquele mesmo ano. A ideia original parecia nobre: captar recursos internacionais para a preservação da floresta amazônica. O Fundo, gerido pelo BNDES, passou a injetar bilhões de reais no financiamento de projetos de ONGs ambientalistas e órgãos públicos.
Entretanto, o que se viu ao longo desses 15 anos foi a atuação ostensiva de diversas ONGs — muitas das quais financiadas pelo próprio Fundo Amazônia — em campanhas sistemáticas para bloquear obras estruturantes no Amazonas e outros estados da Amazônia Legal.
Um dos principais alvos dessas ações foi justamente a BR-319, a rodovia que conecta o Amazonas ao restante do país. A pavimentação da BR-319, fundamental para o desenvolvimento econômico e social da região, vem sendo sistematicamente travada por iniciativas dessas mesmas ONGs que receberam apoio financeiro oriundo do Fundo criado por Marina.
Entre as ONGs que receberam milhões de reais do Fundo Amazônia e atuam na região, muitas fazem parte da chamada rede do Observatório do Clima, um consórcio de organizações que historicamente se opõe à pavimentação da BR-319. Além disso, existe o próprio Observatório da BR-319, composto por diversas entidades, entre elas:
- IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) — um dos principais articuladores de estudos e pareceres contrários à obra.
- ISA (Instituto Socioambiental) — atua monitorando a região e se posicionando publicamente contra a pavimentação.
- FAS (Fundação Amazônia Sustentável) — apesar de manter atuação em várias frentes, também participa do debate sobre a BR-319 e é frequentemente associada a posições que dificultam a viabilidade da obra.
- WWF-Brasil e Greenpeace — duas das ONGs internacionais mais atuantes na captação de recursos para proteção da Amazônia e que frequentemente fazem campanhas contra grandes projetos de infraestrutura na região.
Essas e outras ONGs se valem de recursos milionários para realizar campanhas internacionais e monitoramentos ambientais via satélites, reforçando a vigilância e alimentando pareceres e laudos que, muitas vezes, são utilizados como base para ações civis públicas, embargos administrativos e exigências cada vez mais intransponíveis de licenciamento ambiental.
Esse bloqueio sistemático não é apenas um ato isolado de algumas entidades: trata-se de uma estrutura profissionalizada e bem financiada, que atua como uma força de contenção para o desenvolvimento da infraestrutura regional, com respaldo de setores estrangeiros preocupados em manter a floresta “intocada”, independentemente das necessidades econômicas e sociais das populações amazônidas.
Portanto, não é verdadeiro o discurso de que Marina Silva ficou “15 anos fora” e, por isso, não tem responsabilidade sobre a BR-319. Ela foi a mentora de um sistema de financiamento internacional que alimentou e fortaleceu essas ONGs, alinhadas ao seu pensamento e sua militância histórica, que continuam até hoje travando não só a BR-319, mas também a exploração do potássio, o desenvolvimento do gás natural e até projetos de agricultura sustentável.
Os senadores do Amazonas falharam ao não lembrar à ministra e ao país desse fato: o bloqueio da BR-319 tem raízes políticas e financeiras plantadas ainda durante a sua gestão em 2008, e regadas ao longo dos anos com os bilhões de reais que o Fundo Amazônia distribuiu para essas organizações.
Enquanto isso, a população do interior do Amazonas segue isolada, doente e empobrecida, sem acesso à infraestrutura básica, obrigada a assistir de longe ao espetáculo do “ambientalismo de vitrine”, que enriquece ONGs e seus consultores, mas mantém os amazônidas presos ao atraso.
É preciso romper com essa lógica perversa e dar voz a quem realmente vive e preserva a floresta. O pior de tudo é ter dentro do governo estadual parceiros da ministra.
Ela voltou ao ministério, reativou o Fundo Amazônia, já está novamente abastecendo as ONGs para fazerem o mesmo papel que vem fazendo desde 2008. Acorda Amazonas!
THOMAZ RURAL
Um comentário sobre “O que faltou dizer à Marina e à Ministra Marina. Faltou assessoria ao Omar Aziz?”
O caso da Ministra Marina Silva nada tem a ver com a BR! – Será que a sua ira sega deste jeito, que perdeu o nexo?
No que se refere à BR319, volto a dizer: Numa Democracia deve-se acostumar, que existem outras teses do que a SUA: “A 319 vai beneficiar o interior do Amazonas”. E “volto a dizer – O grito a favor da pavimentação da BR319 é uma estranha tolice econômica, uma mentira social e uma baita estupidez ambiental e sociológica! Seria um ponto frágil de segurança em todos os sentidos, com o crime organizado pegando carona – quem será beneficiado pela 319??? – Quem é tão interessado??? É bom que têm gente observando!