Preservam a floresta, mas vivem assim. Até quando esse descaso?

Opinião/Informação:

Confesso que não é fácil receber essas imagens — verdadeiros pedidos de socorro. Saber que há formas de amenizar o prejuízo na renda e evitar o desperdício de alimentos, mas não poder fazer nada além de escrever, apontar caminhos e tentar dar visibilidade, é angustiante.

Ano após ano, a situação se repete. E a única resposta, sempre atrasada, é o rancho. É revoltante ver o cacau apodrecendo na árvore, enquanto o produtor está com água até a cintura, sem qualquer apoio digno. O cacau tem valor de mercado, faz parte da política de preço mínimo e da sociobiodiversidade. Mas isso não se traduz em ação efetiva.

O cacau tem a cor do ouro — e é ouro —, mas está sendo tratado como lixo. É inadmissível que esse povo, que preserva 97% da floresta em pé para o mundo inteiro, continue sendo tratado com descaso. O chamado “pagamento por serviços ambientais” é uma miséria simbólica, usado apenas para justificar a captação de mais recursos.

Pelo amor de Deus, sejam humanos. Ninguém leva nada dessa vida. Parem com essa política de emergência baseada em rancho e comecem a trabalhar de forma preventiva. Todo ano é a mesma coisa.

Invistam no Garantia-Safra, no ZEE, em internet rural, energia no campo, mudas e sementes de qualidade. Com um celular na mão, nosso caboclo acessa qualquer plataforma de EAD — inclusive a do SENAR, que já tem aplicativo — e se capacita para produzir com dignidade. Ele só precisa de oportunidade, não de migalha.

THOMAZ RURAL

Participe do nosso grupo no Whatsapp e seja o primeiro a receber as notícias do blog ThomazRural!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Participe do nosso grupo no Whatsapp e seja o primeiro a receber as notícias do blog ThomazRural!