Opinião/Informação:
Já está claro que o povo acordou. Não é mais o mesmo que ouvia calado os “líderes” que só pensam no próprio umbigo, usando a população para se beneficiar. Agora, o povo protesta — e com razão. Afinal, preservam 80% de suas áreas em nome da saúde do planeta, beneficiando países poluidores sem receber um centavo por esse serviço ambiental prestado ao mundo. Parabéns, Felipe Lavareda! Abaixo, compartilho a mensagem que recebi de você ontem. Vi em seu relato que, mais uma vez, lá estava a FAEA, com o presidente Muni Lourenço, demonstrando ponderação, equilíbrio e fundamentação, ao protocolar documento na Prefeitura. Defendeu os produtores rurais com firmeza e mostrou que criar novas áreas de proteção não é o melhor caminho para o Amazonas garantir sua soberania e segurança alimentar.
Basta olhar para trás…
THOMAZ RURAL

Boa noite, Thomaz.
Estive hoje no Careiro acompanhando meu sobrinho, que está assessorando algumas associações contrárias à criação da APA. Sou produtor rural em Presidente Figueiredo e morador da APA Maruaga. O que presenciei hoje foi uma tentativa — ainda não sei se mal assessorada ou leviana — por parte da equipe da Prefeitura do Careiro de apresentar uma narrativa incompleta aos produtores do município, com confusão entre termos técnicos, ausência de informações e falta de uma explanação clara da problemática. Tudo isso contribuiu para que os principais interessados não compreendessem plenamente a matéria à qual estão sendo submetidos, permanecendo com dúvidas. A primeira informação equivocada apresentada foi a de que, com a criação da APA, a problemática da regularização fundiária seria resolvida. Isso é muito difícil de acontecer, uma vez que as áreas contempladas por essa proposta são glebas federais e estaduais. A segunda grande informação equivocada foi a afirmação de que a criação da APA não traria prejuízos financeiros aos agricultores. Embora a APA seja a unidade de conservação menos restritiva, na prática, ao tentar acessar crédito rural, o produtor será obrigado a apresentar o licenciamento ambiental, já que sua propriedade estará sobreposta a uma unidade de conservação. O licenciamento ambiental é essencial para o produtor rural, pois traz segurança jurídica ao homem do campo e possibilita o acesso a políticas públicas. Contudo, sem a regularização fundiária, a regularização ambiental, em muitos casos, torna-se inviável. Outras afirmações utópicas sobre os supostos benefícios da APA também foram feitas, mas destaco especialmente essas duas. Como morador da APA Maruaga, senti tristeza ao lembrar que, anos atrás, nossos munícipes de Figueiredo aceitaram a criação da unidade — talvez por falta de orientação sobre os problemas que isso traria. Por outro lado, senti orgulho ao ver os produtores do Careiro unidos e decididos, ecoando uma só frase: Não à APA. Essa ameaça ainda não terminou. Vamos manter os produtores bem informados e aguardar a cópia dos estudos preliminares, que, de acordo com o compromisso firmado em ata pela equipe da Prefeitura, será disponibilizada à FAEA em até cinco dias.
Boa noite.
FELIPE LAVAREDA
