IPAAM: Usa a mídia para dizer que está MULTANDO, mas não usa para dizer como está o CAR e o LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Opinião/Informação:

Nada contra as fiscalizações do IPAAM, que regularmente aparecem na mídia do Amazonas por meio dos releases enviados pelo próprio órgão. A lei tem que ser cumprida, sim, mas sinceramente, não precisa de tanta gente nessas “operações”. Qualquer dia desses, um produtor rural ou alguém da família vai acabar infartando só do susto, antes mesmo de entender o que está acontecendo.

E por falar em “operação”, que nunca mais aconteça outra operação da Polícia Federal dentro do IPAAM, porque isso só faz o órgão perder credibilidade. Eu me lembro de pelo menos duas.

Mas é bom lembrar que essa mesma “fiscalização” também precisa olhar pra dentro do IPAAM. Alguém aí sabe quantos CARs já foram analisados? Pois eu sei: no dia 17 de fevereiro deste ano, apenas 563 dos 64.326 estavam analisados e finalizados. Isso é um caos, trava tudo e empobrece o Amazonas.

Dos 563 finalizados, 233 ainda aguardam o PRAD. Esses números também deveriam ir pra mídia — não só as MULTAS aplicadas a produtores e empresários.

Sem CAR, a gente sabe bem: o acesso a programas que geram emprego e renda simplesmente não acontece. Fica parado, travado. E, pra ser sincero, tem ambientalista que gosta disso.

O IPAAM deveria fazer o seguinte, toda semana ou a cada 15 dias, mandar um release com essas informações:

  1. Temos 64.328 CARs ativos, mas só 563 foram finalizados;
  2. Temos “X” licenças ambientais paradas;
  3. Temos “Y” licenças ambientais emitidas;

E os itens 2 e 3 deveriam sempre ser comparados com os cerca de 300 mil produtores rurais que existem no Amazonas.

Todo mundo sabe que a sala de monitoramento do IPAAM acompanha tudo que acontece no estado. Mas, mesmo assim, é sempre a ONG IMAZON que sai na frente, divulgando dados sobre desmatamento.

E sabe o que é pior? Muita gente nem sabe a diferença entre Amazônia e Amazonas. A ONG vive usando os termos como se fossem a mesma coisa. Acho até que pode ser estratégia. Nessa confusão de “ZÔNIA” e “ZONAS”, que alguns ambientalistas adoram manter, quem paga a conta é o Amazonas.

O IPAAM precisa responder a essas ONGs, preparar releases e deixar claro o que acontece de fato no Amazonas — e não no que chamam genericamente de “Amazônia”.

Mas, pra isso acontecer, o titular da SEMA teria que tomar atitude. E a verdade é que ele veio da ONG FAS — aquela mesma que disse que a próxima pandemia vai começar por aqui e que é contra o asfaltamento da BR-319. Ou seja, é difícil acreditar que ele vá enfrentar a ONG IMAZON.

Em resumo: que as fiscalizações continuem, sim, mas sem espetáculo. Porque qualquer hora um produtor vai morrer de susto, só de ver aquela multidão chegando na propriedade. E que o setor de fiscalização também trabalhe internamente, vendo como andam os processos do CAR e as licenças ambientais.

Outro dia, multaram o produtor Ozeias, que já esperava há quase dois anos pela licença. Só depois da multa é que a licença saiu. Então, tudo bem divulgar as multas, mas também divulguem os avanços, como os CARs analisados e as licenças emitidas, que ajudam a movimentar a economia do Amazonas. Porque, do jeito que está, o ritmo está mais lento do que as tartarugas apreendidas nas fiscalizações.

THOMAZ RURAL

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