Opinião/Informação:
Esse chamado “Plano de Bioeconomia” não faz o menor sentido enquanto a Assembleia Legislativa não aprovar o ZEE-AM (Zoneamento Ecológico-Econômico do Amazonas) e o governador Wilson Lima não sancioná-lo. Mesmo assim, o plano está sendo empurrado goela abaixo da SEDECTI, sob a administração da competente equipe liderada pelo secretário Serafim.
Vale lembrar que isso faz parte dos R$ 75 milhões repassados pelo Banco Alemão, que, equivocadamente, foram destinados à FAS. Esses recursos deveriam ter ido diretamente para o Estado. Também não entendo por que o antigo Bolsa Floresta – hoje chamado Guardião da Floresta – continua sendo operacionalizado por ONGs, quando poderia ser pago diretamente pelo governo estadual. Sei que esse modelo foi herdado de gestões anteriores, mas o atual governo já teve tempo para revisar isso. Afinal, por que manter ONGs como intermediárias?
Aliás, não sei no que isso vai dar, mas os recursos do Banco Alemão já estão sendo monitorados pelo MPC (Ministério Público de Contas), assim como o MPF em outras questões ligadas ao crédito de carbono e à relação entre a SEMA e a FAS. Na minha opinião, tudo isso só tem desgastado a gestão do governador Wilson Lima — e o pior é que seria fácil resolver.
Repito: não existe sucesso algum nesse “Plano de Bioeconomia” sem que o Estado do Amazonas finalize o ZEE-AM. Está tudo errado. E mais: o IDAM já possui 21 cadeias produtivas prioritárias, e, ainda no governo José Melo, foi elaborada a Matriz Econômica Ambiental do Amazonas, com um corpo técnico de qualidade.
Tenho quase certeza de que a SEDECTI sabe que esse não seria o procedimento correto — mas manda quem pode, obedece quem tem juízo. No fim, será mais desperdício de recursos, justamente quando falta verba para concluir o ZEE. É bom lembrar que a SEMA já está há mais de uma década sob comando de gestores ligados à FAS, que sequer mencionam o ZEE, um instrumento fundamental da Política Nacional de Meio Ambiente.
Depois de três anos de enrolação, a SEMA repassou o ZEE-AM para a SEDECTI. A pergunta que fica é: até quando isso vai continuar?
Confira abaixo o link da matéria recente sobre o encontro entre a SEDECTI e a FAS.
THOMAZ RURAL
