Opinião/Informação:
“Nós estávamos sem um norte.”
Essa foi a frase dita pela produtora rural Dalva Dias, registrada em vídeo institucional da SEPROR. A fala simples, mas poderosa, escancara a necessidade urgente de uma aproximação real com quem está na ponta — com o produtor rural, seja pequeno ou grande.
Diante da imensidão do Amazonas, a união entre produtores, por meio do associativismo e cooperativismo, é o único caminho viável para enfrentar os desafios do agro, tanto no segmento familiar quanto empresarial. A matéria evidencia, com clareza, que a organização dos grupos formais ainda é uma das maiores carências do setor — e é justamente por essa ausência que o acesso ao financiamento rural continua tão restrito.
Sem organização, não há crédito. Sem crédito, não há produção sustentável.
Todo recurso que chega ao Amazonas precisa ser investido em quem tem capacidade real de fazer a diferença, e o Sistema SEPROR, com suas vinculadas (IDAM, ADS e ADAF), é a estrutura pública que conhece o território, as cadeias produtivas e, principalmente, as necessidades reais dos produtores.
Enquanto isso, seguimos vendo recursos vultosos indo parar em ONGs, onde grande parte é usada em salários de diretoria, viagens, influenciadores, matérias, consultorias ineficazes, eventos, seminários e congressos que pouco ou nada chegam a quem planta, cria e colhe. Os R$ 75 milhões do banco alemão KfW, por exemplo, deveriam ter sido destinados ao Sistema SEPROR — jamais à ONG FAS.
Não tenho a caneta da decisão, mas tenho — e faço uso — da caneta da opinião.
THOMAZ RURAL




