Opinião/Informação:
Quando tinha 15/16 anos, caminhava pelas madrugadas de Manaus ao lado do talentoso artista parintinense Jair Mendes, pintando postes, muros e paredes. Era 2017/2018, período eleitoral, e me recordo bem do dia em que Jair me pediu para comprar talco para misturar à tinta. Não questionei o motivo, pois sabia que estava diante de um gigante da arte do Amazonas, do Brasil e do mundo.
Jair Mendes nasceu pobre, viveu e morreu humildemente. Sua trajetória é um exemplo de dedicação à arte, um contraste doloroso com tantos que, sem legado significativo, vivem luxuosamente às custas de recursos públicos. Infelizmente, essa tem sido a forma como tratamos aqueles que verdadeiramente elevam o nome do Amazonas e do Brasil no cenário mundial. Quem duvida, basta conhecer a realidade da família de Jair.
O mesmo descaso se repete no esporte. Os irmãos Diego e Daniele Hypólito, hoje no BBB, levaram a bandeira do Brasil ao topo do pódio mundial com enorme sacrifício físico e mental. No entanto, foram esquecidos por um país que prioriza a corrupção em vez de valorizar aqueles que trazem orgulho e visibilidade à nação.
Ainda assim, acredito que um dia esse jogo vai virar. Talvez eu não esteja aqui para ver, mas sei que esse momento chegará. O povo, historicamente usado, está cansado — e, quando despertar de vez, cobrará o reconhecimento que nossos verdadeiros talentos merecem.
Vá em paz amigo Jair, jamais serás esquecido. Muito Obrigado!
THOMAZ RURAL