Opinião/Informação:

É lamentável ver mais um caso suspeito de desvio de milhões de reais envolvendo a merenda escolar, um recurso essencial para milhares de crianças em situação de vulnerabilidade. De acordo com reportagens recentes, a ação teria ocorrido na Secretaria Municipal de Educação de Manaus (SEMED) no ano de 2020. No entanto, a investigação já se arrasta por cinco anos, evidenciando a morosidade no combate a esse tipo de crime.

Infelizmente, esse não é um caso isolado. Se houver uma apuração mais profunda, não apenas na SEMED, mas em diversos órgãos públicos envolvido com alimentação escolar, é provável que surjam novas irregularidades, como já se viu em diferentes estados nos últimos anos. A cada escândalo percebe-se um padrão preocupante de corrupção envolvendo recursos destinados à alimentação escolar.

A fiscalização, quando ocorre de forma mais incisiva, parte principalmente da esfera federal. O Ministério Público (MP) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), apesar dos esforços, ainda apresentam limitações na atuação no Amazonas, permitindo que casos semelhantes se perpetuem.

É inadmissível que verbas destinadas à merenda sejam desviadas para esquemas ilícitos enquanto tantas crianças vão à escola tendo nessa refeição a sua principal fonte de nutrição diária. A sociedade não pode aceitar que a corrupção comprometa um direito tão básico. É preciso mais rigor, celeridade e transparência na fiscalização e punição dos responsáveis.

THOMAZ RURAL

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