R$ 570 por ano: Essa é a miséria que o seringueiro recebe disfarçada de sustentabilidade com apoio de entidades e órgãos públicos

Opinião/Informações:

Nunca fui contra o extrativismo e nunca serei. Sempre ajudei no que foi possível. Quem me conhece desde os tempos da CONAB sabe que falo a verdade. Sabem, inclusive, que sempre defendi um “plus” ambiental para os produtos da PGPMBio, sem depender da FAS, IDESAM, WWF ou outras organizações. Mas sempre tive apoio da FETAGRI, UNICAFES, FAEA e OCB, inclusive consta nos documentos entregues aos candidatos das últimas eleições.

O mais triste foi ver o CIEAM utilizar, de forma estratégica e equivocada, essa pauta para justificar os milhões da parceria entre a SUFRAMA e a ONG IDESAM (R$ 150 milhões), envolvendo o PPBio e os recursos das nossas indústrias do PIM/ZFM. Quem conhece o setor sabe que não há retomada nenhuma—o que existe é a manutenção desses extrativistas na pobreza e na miséria.

Vamos fazer uma conta rápida, com base nos dados da própria matéria do jornal A Crítica:

📌 50 toneladas = 50.000 kg x R$ 7,41 (preço mínimo da CONAB) = R$ 370.500,00

A matéria menciona o envolvimento de 13 comunidades, então:

📌 R$ 370.500,00 ÷ 13 = R$ 28.500,00 por comunidade

Se considerarmos 50 pessoas por comunidade (o que, na realidade, deve ser muito mais), temos:

📌 R$ 28.500,00 ÷ 50 = R$ 570,00 por pessoa

Agora vem o detalhe mais revoltante: é bem provável que nem o preço mínimo tenha sido pago, e ainda há inúmeros outros custos envolvidos.

Não é imoral uma renda de R$ 570,00 POR ANO?
Não é absurdo falar em “bioeconomia” do IDESAM/SUFRAMA enquanto o caboclo vive nessa miséria?

Queria ver esse pessoal da “bioeconomia” morar nessas comunidades e ficar esperando o “futuro” que essas ONGs tanto propagam.

Algumas sugestões para começar a resolver de verdade o problema:

Utilizem o dinheiro do PPBio para colocar as usinas de Manicoré e Iranduba para funcionar.
Perguntem à CONAB-AM quantos seringueiros receberam a subvenção federal nos últimos anos.
Façam o mesmo questionamento à ADS.
Verifiquem se ADS e CONAB trabalham juntas na operação de pagamento da subvenção.
Cobrem da CONAB a implementação do PEP/PEPRO para garantir o escoamento da produção de borracha.
Peçam que a CONAB oriente sobre a nova modalidade de pagamento da subvenção para borracha, pirarucu e outros produtos.

Os líderes comunitários devem defender os seringueiros, não as ONGs que perpetuam essa miséria de R$ 570,00 por ano para que a Europa continue na mordomia enquanto a nossa gente passa necessidade.

Esses líderes, bancados por ONGs, viajam, participam de eventos, são “capacitados” para enrolar o caboclo e mantê-lo dependente. Saiam dessa submissão! Lutem por todos os comunitários!

E, mais grave ainda: por que essas ONGs estão se aliando ao CIEAM e à SUFRAMA? Qual o verdadeiro motivo por trás disso?

THOMAZ RURAL

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