Opinião/Informação:
Por que os órgãos de controle e os 24 deputados estaduais não demonstram interesse em abrir uma CPI para investigar o destino dos R$ 31.518.490,00 operados pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS)? A lista abaixo indica 28 organizações que receberam um total de R$ 11.998.465,00, mas a transparência sobre a utilização desses recursos é insuficiente.
Seria isso fruto de desconhecimento? Não sabem que esses valores foram disponibilizados e que tais ações ainda persistem? Será que o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) foi devidamente informado sobre essas ações? E, caso os recursos tenham efetivamente chegado à ponta, foram utilizados de forma compatível com o montante aplicado? Penso que o CIEAM deveria avaliar mais essa parceria, pois tem um nome forte e respeitado no Estado.
Outro ponto que merece atenção é a ausência dos ex-governadores Eduardo Braga e Omar Aziz na CPI das ONGs, instaurada no Senado. Ambos governaram o estado no período em que essas parcerias foram implementadas, mas não compareceram para defender as ações da Fundação. Estranhei! Vi defesa de parlamentar de outro estado. Na ocasião, o presidente da ONG esteve sozinho para prestar depoimento, apenas o senador Plínio Valério presente. Essa lacuna levanta questões importantes. Por que o governo atual, sob a gestão de Wilson Lima, continua mantendo uma estreita parceria com a Fundação, mesmo diante de tantas dúvidas? Vale lembrar que a ONG tem estreita parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), cujo gestor veio da própria FAS.
Outro ponto crítico é o montante de R$ 75 milhões provenientes do banco alemão KFW, que supostamente deveriam ter sido destinados ao Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), órgão com estrutura e capilaridade para executar ações no interior do estado. A escolha da FAS como intermediária para esses recursos já é alvo de investigação pelo Ministério Público de Contas (MPC).
Além disso, falta clareza sobre quem são os profissionais de pesca, florestais e agrônomos que realizaram a suposta “assistência técnica” nos projetos da FAS. Esses dados são fundamentais para avaliar se os resultados apresentados correspondem à realidade.
Portanto, é imprescindível que essa situação seja esclarecida de forma independente e rigorosa. Não apenas para garantir a transparência na aplicação dos recursos, mas também para assegurar que as ações promovidas pela ONG sejam efetivas e alinhadas com os interesses da população. Uma investigação aprofundada poderia, inclusive, beneficiar a própria FAS, ajudando a dissipar as dúvidas que persistem desde a CPI das ONGs no Senado. Muitas dessas questões constam no relatório final da CPI, mas seguem sem respostas claras.
Um Amazonas onde mais da metade da população enfrenta a fome, isolado, sem internet, sem Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE), sem energia solar, sem água potável, sem assistência técnica (impossibilitada pela falta de antenas Starlink), sem emprego, sem renda e vulnerável à influência de organizações criminosas, não pode se dar ao luxo de desperdiçar recursos financeiros.
Todos os dados estão no link abaixo…
tps://www.fundoamazonia.gov.br/pt/projeto/Bolsa-Floresta/