Opinião/Informação:
A própria ministra Marina Silva declarou que as COPs têm se tornado “eventos festivos” e enfatizou a necessidade de uma “COP de resultados”, conforme publicado no jornal Valor Econômico. De fato, o problema do aquecimento global está concentrado nas decisões de apenas cinco ou seis lideranças mundiais, que resistem em adotar medidas concretas para reduzir a poluição e o impacto ambiental.
Estamos caminhando para a COP-30, mas a questão central persiste sem avanços significativos. Vale lembrar que a primeira Conferência Mundial sobre o Clima aconteceu em 1979, em Genebra, Suíça, organizada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Naquela ocasião, cientistas e especialistas discutiram os efeitos das mudanças climáticas e seus impactos. Décadas depois, muitas COPs foram realizadas, acumulando altos custos e promessas não cumpridas.
Enquanto isso, os verdadeiros defensores da floresta — as populações tradicionais e caboclos — permanecem excluídos desse “teatro” político. Vivem em condições precárias, sem internet, energia elétrica, sem comida, dignidade e muitas vezes sob a ameaça de organizações criminosas que exploram suas vulnerabilidades.
A ideia de dobrar a capacidade hoteleira para sediar a COP-30, enquanto apenas cinco ou seis líderes globais têm o poder de tomar decisões efetivas, soa como um deboche com o povo sofrido do Norte, que enfrenta problemas muito mais urgentes e reais. É hora de transformar a retórica em ações concretas que beneficiem tanto a floresta quanto as pessoas que dela dependem.
THOMAZ RURAL