Opinião/Informação:
É o que tenho sempre dito: a sustentabilidade não passa de discursos bonitos, vazios, de alguns doutores em clima e ambiente, de ONGs e de governos, como, no caso desta notícia, do Governo Federal. Enquanto isso, nossos manejadores de pirarucu são deixados à própria sorte, usados para captar recursos nacionais e internacionais, mas mantidos na pobreza. Hoje, vi no Diário Oficial da União que o Governo Federal manteve o preço mínimo da PGPMBio (Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade) em R$ 9,33/kg para o pirarucu em 2025. Esse valor é simplesmente inaceitável e imoral, pois nem sequer cobre o custo de produção, que atualmente ultrapassa certamente mais de R$ 12,00/kg. É mais um reflexo da corrupção que gera cortes orçamentários que penalizam os mais vulneráveis, inclusive os extrativistas pagam essa conta. Agora eu pergunto: qual ONG ambientalista vai questionar esse valor para 2025? Qual parlamentar do PT e da base aliada vai levantar essa bandeira? Dou uma dica: peçam à CONAB os cálculos do custo de produção do manejo do pirarucu no Amazonas. Essa situação expõe a farsa da bioeconomia que tanto se fala. Enquanto isso, cadê o dinheiro do PPBio da Suframa/Idesam? Cadê os recursos do banco alemão? Cadê o Fundo Amazônia? Nada disso chega aos verdadeiros protagonistas da preservação. É o que tenho alertada o CIEAM. O caboclo, que preservou a floresta e sustentou gerações com sua dedicação, continua na miséria, pagando a conta da corrupção e da ineficiência. Cadê Marina Silva? O teatro continua. Mais uma dica: perguntem da Conab quantos manejadores foram beneficiados em 2023 e 2024 com a subvenção. Compare com a quantidade de manejadores que existem e que venderam a produção abaixo dessa miséria de R$ 9,33 kg. Quero relembrar que nasceu comigo a luta para a inclusão do pirarucu de manejo na PGPMBio, não foi nenhuma ONG, nem apoio tive. Mas eu sigo fazendo os alertas.ira…
THOMAZ RURAL