Meu comentário sobre o WORKSHOP da Borracha

Opinião/Informação:

É evidente que um evento com a presença desses ATORES é sempre importante acontecer, principalmente porque continuamos patinando nessa cadeia produtiva. Única correção que faço é que não é o primeiro workshop. Temos que parar de colocar números nesses eventos, pois passa a impressão, para quem não conhece, quem tá chegando, que realmente é o PRIMEIRO, mas não é. Se duvidar, já participei de mais de uma dezena. O Davi, de Lábrea, deve confirmar o que estou dizendo. Isso é só um detalhe, não pude ir, mas com base na matéria da SEDECTI e pessoas que ouvi farei algumas considerações:

  1. Grande problema dos grupos formais de seringueiros é CAPITAL DE GIRO. Dinheiro para comprar a produção e esperar o melhor momento de negociar. A Conab tem o PAA/FORMAÇÃO DE ESTOQUE, mas NÃO pode ser usado porque BORRACHA não é alimento. Um absurdo! Depois que o seringueiro vende, pega a grana, vai fazer seu rancho. Já deveria sair desse encontro um pleito nesse sentido direcionado ao governo federal. Espero que a representante da Conab tenha falado do PAA/FORMAÇÃO DE ESTOQUE, não somente da subvenção federal;
  2. Não vi na matéria, nem nas fotos, a AFEAM. Acredito que tenha participado. A AFEAM já teve, e deve ter ainda, linhas na direção desse CAPITAL DE GIRO (grana para pagar de imediato o seringueiro enquanto beneficia e negocia a produção). Sei que a AFEAM fez isso no passado, no tempo do Pedro Falabella, mas sei também que aconteceram inadimplências (aqui já é um problema de gestão do grupo formal);
  3. Vi que o Banco da Amazônia esteve presente, ótimo! Será que a burocracia deixa chegar esse capital de giro nesses grupos formais? No Inova Amazônia o que mais ouvi dos grupos formais foi a falta de CAPITAL DE GIRO para comprar a produção (não deixar o produtor esperando);
  4. É fato que a usina de Manicoré fechou e trouxe entraves. E a de Manaus, ali do outro lado da ponte, financiada pela AFEAM, penso que continua parada;
  5. Espero que a CONAB tenha falado dos instrumentos PEP e PEPRO no workshop. Se não falou, falhou muito, pois essa ferramentas são usadas no sul, sudeste e centro-oeste, e deve ser usada no Amazonas continental. Se você entrar no site da Conab você verá que usaram esses instrumentos recentemente para a remoção da borracha de cultivo. Alguns técnicos de Brasília podem até dizer que não podem usar o PEP e PEPRO para a borracha natural porque já está na PGPMBio. É fácil desconstruir esse argumento, mas não vou explicar agora;
  6. Por fim, lembrar que os critérios de pagamento das subvenções do Estado e Governo Federal são bem distintos. Penso que o Amazonas sempre tem que cobrar da Conab a atualização do custo de produção in loco, na comunidade, para defender o preço mínimo da PGPMBio;
  7. Outro maior absurdo é ter o Chefe Geral da Embrapa Amazônia Ocidental como maior especialista no assunto, morando em Manaus, sem aproveitar o potencial desse pesquisador que sou fã pelo seu conhecimento e jeito de ser;
  8. Penso que é preciso fazer algum arranjo estadual para unir SEDECTI, SEPROR e SEMA em determinados assuntos. Vejo, as vezes, ações isoladas, dispersas, que poderiam estar concentradas. Hoje, por exemplo, vi a SEMA envolvida com o MEL;
  9. Foi apresentado o número de beneficiários com as subvenções pagas pela ADS e CONAB? Compararam com o número existente de seringueiros?
  10. Foi apresentado os números do crédito rural para essa atividade?
  11. Abaixo, mostro uma das páginas do livro contendo as cadeias prioritárias definidas na gestão da dona Eda Oliva no IDAM. É a da borracha, veja os números e compare com os da matéria da SEDECTI. Continuamos patinando…
  12. Ia esquecendo: será que a Conab defendeu plus ambiental para a borracha e todos os produtos incluídos na PGPMBio? Quem quer viver de custo de produção preservando a floresta?

Quantos parlamentares participaram desse evento? Tinha alguma ONG?

Espero ter ajudado…

THOMAZ RURAL

Orientações foram repassadas durante o 1° Workshop de Adensamento da Cadeia da Borracha promovido pela Sedecti

Empresários e seringueiros receberam, nesta quarta-feira (15/05), orientações e informações para fortalecer a cadeia produtiva da borracha e atender à demanda do Polo Industrial de Manaus (PIM), durante o 1° Workshop do Adensamento da Cadeia da Borracha, promovido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti). O evento realizado no Senai, zona sul de Manaus, incluiu uma série de palestras e uma rodada de apresentações do programa Preferência Regional.

Representando o governador Wilson Lima no evento, o secretário-executivo da Sedecti, Gustavo Igrejas, ressaltou que o workshop atende a duas questões fundamentais: a interiorização do desenvolvimento e a diversificação da matriz econômica. Ele destacou que ambos precisam estar alinhados ao PIM, que fatura mais de 35 bilhões de dólares por ano e tem uma demanda de insumos superior a 20 bilhões de dólares.

“A borracha é uma cadeia das que eu acho mais próxima da gente conseguir trabalhar e ela virar uma grande fornecedora do PIM, principalmente para o setor mecânico, porque a borracha, além de ir no pneu, ela vai na suspensão e em várias partes da motocicleta. Então, quando a gente chama um workshop desse, queremos trazer a organização dessa cadeia produtiva do Estado, tanto que a Embrapa está aqui, o Idam está aqui, a ADS está aqui, enfim, para chamar a sociedade, principalmente a parte extrativista, a parte do produtor, e tentar organizar essa cadeia para ser uma fornecedora do Polo Industrial de Manaus”, pontuou Igrejas.

O representante Amazônia Pneus, empresa nascente do PIM, Fabio Centofanti, enfatizou que os empresários esperam a retomada sustentável da cadeia produtiva da borracha a preços justos, beneficiando as comunidades.

“A empresa tem a necessidade de consumir vários insumos, dentre os quais a borracha natural, e a importância do evento é para que se fortaleça a produção, a retomada da produção da borracha natural”, declarou Centofanti.

O seringueiro do município de Lábrea, Antônio Davi Brito, ressaltou que o setor enfrentou mais de três anos sem mercado após o fechamento da usina do Granulado Escuro Brasileiro (GEB) em Manicoré. Ele agradeceu o Governo do Amazonas pelo apoio aos seringueiros, incluindo pagamento de subvenções e publicação de editais através do sistema Sepror.

“A importância desse evento de hoje vem só fortalecer mais ainda a nossa esperança dos extrativistas do Amazonas, para que a gente possa continuar fortalecendo cada vez mais e crescendo a produtividade no estado, melhorando a qualidade de vida das famílias lá na ponta. Isso é o que eu vejo aqui nesse evento”, ressaltou o produtor.

Novas tecnologias

Segundo o chefe da Embrapa na Amazônia Ocidental, Everton Rabelo Cordeiro, o problema enfrentado pela seringueira no Amazonas é o mesmo desde a época de Henry Ford em Fordlândia: o mal das folhas. Para combater essa doença, a Embrapa desenvolveu uma planta resistente ao mal das folhas.

“Se nós cultivarmos essa seringueira com essa tecnologia, as plantas não serão atacadas ou não morrerão sob o ataque do mal das folhas. Essa é a maior revolução que nós temos para a produção de borracha na região amazônica. Além da planta permanecer viva, nós temos uma qualidade da borracha superior e uma produtividade muito maior do que as encontradas quando a gente cultiva na floresta”, pontuou.

Dados

 Conforme dados divulgados pela Sedecti durante o evento, o Amazonas possui 17 municípios produtores de borracha, os quais representam 8,04% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Em 2022, a produção de borracha do Amazonas totalizou 313 toneladas, sendo que desses 17 municípios, a produção foi de 264 toneladas, o que corresponde a 84,35% da produção estadual.  A meta estabelecida pelo Governo do Amazonas é alcançar anualmente a oferta de 10 mil toneladas de borracha nativa no Mercado Global até 2030.

Nos anos de 2021 e 2022, o Governo do Amazonas distribuiu 600 kits para os seringueiros. Em 2023, foram alocados 160 kits para os municípios de Boca do Acre, Lábrea, Humaitá e Pauini. A previsão é entregar mais 400 kits ainda este ano.

O evento contou com a presença de extrativistas, empresários da indústria da borracha e representantes de várias instituições, incluindo Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (Idam), Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Banco da Amazônia, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado do Amazonas (Fetagri/AM), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Fotos: Bruno Leão/ Sedecti

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