Plínio sobe à tribuna e pergunta a razão do baixo crédito rural no Amazonas. Já adianto ao senador alguns entraves que já vem desde 1999

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É muito bom ver um parlamentar federal amazonense fazendo esse questionamento. É o segundo da atual legislatura, que eu tenha conhecimento, fazendo ponderação direta ao governo federal, aos órgãos oficiais. O primeiro foi o deputado federal Alberto Neto.

O senador divulga alguns números, mas vou aproveitar o assunto e mostrar a própria planilha do Banco Central do Brasil com os dados exclusivos do crédito rural do PRONAF, onde temos aproximadamente 95% de clientes desse programa em nosso estado. O desempenho é desanimador. E não é de hoje, vem desde 1999. Isso mesmo, 22 anos de péssimo desempenho e por isso o IBGE divulgou que em 2018 o Amazonas tinha metade do estado na pobreza. Foi esse o quadro que o governador Wilson Lima recebeu o estado. O IDAM, ADAF ganharam novos servidores, e devem ter a reposição salarial tão esperada. Isso vai gerar mais projetos, mas tudo trava no que vou relatar abaixo. Se anda nos outros estado, qual a razão de aqui travar?

Eu diria ao senador Plinio Valério que o único problema dos bancos oficiais é a capilaridade deles em nosso gigante Amazonas. Acredito que sejamos o estado com menor número de agências de BB, BASA e CAIXA que operam o crédito rural no Brasil, mesmo sendo o maior estado do Brasil. Dizer para o caboclo procurar a agência bancária mais próximo é brincadeira.

Outro entrave é a lentidão na regularização fundiária.

Outro também, e o mais grave, é a lentidão na concessão do licenciamento ambiental, sem falar da BUROCRACIA. Tem tecnologia pra fazer a correta fiscalização de desmatamento ilegal/queimadas, multar quem tá errado, mas não tem tecnologia para agilizar licenciamento.

No Amazonas, com tantas ONGs preservacionistas e com tanto dinheiro que receberam nessas últimas décadas, pergunte quantos Pronaf´s agroecológicos foram feitos em nosso estado. Se a sua equipe pesquisar no meu blog vai ter esses números.

O problema é mais interno do que dos próprios bancos. Repito, isso já vem desde 1999.

Parabéns por pautar esse tema que sempre foi defendido por FAEA, FETAGRI e OCB.

Essa é a razão do interior do Amazonas estar entregue ao narcotráfico, drogas, prostituição…em resumo, fome e pobreza. Esse crédito rural, que não chega ao Amazonas, faria muita diferença.

E tem mais, não anda nem os Pronaf´s agroecológicos no estado que tem 97% de sua floresta preservada.

Mas teve um bolsa floresta (nascido em 2007) de míseros 50 reais pagos por 15 anos ao caboclo que preservou a floresta. Que serviço ambiental é esse que vale R$ 50 reais por mês. Isso é vergonhoso, mas ficamos calados. Quanto veio de recurso ao Amazonas e o bolsa floresta não aumentou?

Cadê o nosso ZEE?

THOMAZ RURAL

Abaixo, link da matéria do senado federal….

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/05/11/plinio-valerio-ha-pouco-credito-rural-contratado-na-regiao-norte

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) quer saber por que os pequenos e médios produtores da região Norte, e especialmente do Amazonas, têm dificuldade para acessarem o crédito rural. Em pronunciamento nesta quarta-feira (11) ele avisou que vai pedir informações a respeito aos bancos oficiais. 

Segundo o parlamentar, dados de 2021 do Banco Central revelam que dos quase R$230 bilhões contratados na forma de crédito rural, incluindo projetos de preservação ambiental, apenas R$195 milhões foram para o Amazonas, número que equivale a 0,08% do total.

Apesar de ser o maior estado da federação, o valor foi menor do que o contratado pelos produtores do Distrito Federal (R$ 236 milhões), informou o senador. Para ele, isso reforça a importância de que a Zona Franca de Manaus tem para a economia do Amazonas.

— Em outras palavras, esses contratos tão utilizados nos belos discursos mundo afora atingem quantidades e valores muito inferiores ao que seriam desejáveis. Observe-se ainda que o valor dos contratos para toda a região Norte soma apenas R$ 20,6 bilhões. Isso corresponde a 8,98% do total do país. Ainda assim, quase inteiramente concentrados no Pará e Rondônia. Isso nos permite supor que há problemas de capilaridade na rede de créditos, o que dificulta o acesso a regiões menos urbanizadas do país — alertou.

Plínio Valério informou ainda que, em 2021, foram firmados no Amazonas apenas 1.162 contratos de crédito rural. Em Goiás, foram 63.873 e no Rio Grande do Sul, 290.103.

O senador apontou ainda que pode haver algum problema que dificulte o exame dos projetos apresentados pelos produtores do Amazonas.

Fonte: Agência Senado

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