“A floresta não tem dado retorno financeiro”, afirmou Mariano, do IDESAM

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Esse debate já rola faz tempo, e esse passado, que nada beneficiou o habitante da floresta em termos de renda, nem ao estado, pois temos metade da população na pobreza, eu vou resumir usando as frases ditas pelo Mariano/Idesam e Eduardo Taveira/SEMA, no dia ontem, durante o papo com o Muni e Petrucio. Antes das frases, ratifico que gostei das posições do Mariano, do IDESAM, no debate de ontem. Uma liderança da área ambiental equilibrada, realista e sem enrolação. Eis as frases:

Disse o Mariano, do IDESAM: “…a floresta não tem dado retorno financeiro…”

Disse o Eduardo Taveira, da SEMA: “…a gente luta, luta, e não consegue trazer para a realidade…”.

Bem, como o tema é  a economia da FLORESTA, fui ao site do BANCO CENTRAL DO BRASIL onde pude extrair os seguintes números:

PRONAF FLORESTA (últimos 5 anos)

  • R$ 185 milhões aplicados no Brasil;
  • Desse total, R$ 124 milhões no Pará;
  • Sabem quanto no Amazonas?  R$ 2 milhões (1%)

PRONAF AGROECOLOGIA (últimos 5 anos)

  • R$ 33 milhões aplicados no Brasil
  • Sabem quanto no Amazonas? R$ 7 mil reais (0,03%)

PRONAF ECO (últimos 5 anos)

  • R$ 368 milhões aplicados no Brasil;
  • R$ 10 milhões o Pará;
  • Sabem quanto no Amazonas? Nada, ZERO!

PGPMBio (2018)

  • R$ 9,4 milhões aplicados no extrativismo no Brasil
  • Sabem quanto no Amazonas? R$ 336 mil (3,5%)

PGPMBio (Até SET/2019)

  • R$ 13 milhões aplicados no Brasil > dinheiro para o extrativista
  • Sabem quanto aplicado no Amazonas? R$ 28 mil reais
  • Apenas 25 extrativistas beneficiados
  • Corresponde a 0,3% do que foi pago no Brasil

Não tem outra palavra para definir esses números, UMA VERDADEIRA VERGONHA!

Temos uma dívida gigantesca com esses habitantes da FLORESTA, temos que assumir que não fizemos nada por ELES nessas décadas. Já chega de discursos bonitos, projetos e mais projetos, parcerias e mais parcerias, ideias e mais ideias, congressos e mais congressos, seminários e mais seminários, se nem a subvenção federal, criado pelo governo Lula em 2019, estamos conseguindo chegar a esses extrativistas que continuam vendendo a produção por valor abaixo do mínimo. Esse mínimo é o custo de produção, não  tem valor adicional por serviços ambientais.

O que as ONG’s fizeram para apoiar o governo federal e fazer chegar essa subvenção federal ao público que atendem? Nada, os números estão em cima.

É triste, mas é essa a realidade. Temos que ser verdadeiros…

Espero que esses números ajudem no debate de amanhã.

Mariano está correto, a “FLORESTA NÃO TEM DADO RETORNO FINANCEIRO” ao caboclo, nem ao Amazonas……

THOMAZ RURAL

 

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One thought on ““A floresta não tem dado retorno financeiro”, afirmou Mariano, do IDESAM

  • junho 5, 2020 em 1:11 am
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    A economia da floresta salvar a Amazônia ?? Falamos em economia de mercados e/ou economia baseado em distribuição de renda ? No meu modesto ponto de vista não podemos confundir fluxos financeiros, com rentabilidade econômica, principalmente quando tratamos de economia florestal. Para entender tudo que acontece é importante compreender que a economia florestal possui como características fundamentais: grandes investimentos e longo prazo para rentabilidade. Isso tem sido na verdade o principal tradeoff florestal, o que é agravado principalmente pela baixa eficiência e igualdade na formulação de políticas públicas para o setor florestal no Amazonas, considerando que as pessoas/investidores pensam em margens e reagem a incentivos. É certo que a adequação a mercados e oportunidades existentes (Pgpnbio, Pronaf, etc…) geralmente é um bom caminho para a organização de atividades econômicas florestais, mas é acertado afirmar que tomadas de decisões governamentais podem influenciar a adesão a esses mercados. No entanto no Amazonas isso não tem ocorrido, pois na atividade florestal local o esforço para produzir a alocação eficiente de recursos passa necessariamente por intervenções governamentais apropriadas, e assim corrigir falhas de mercado que tornam a atividade florestal local com baixa atratividade econômica, o que do ponto de vista do investimento é assustador quando não se tem clareza nas politicas para determinados segmentos econômicos.
    Logo, a economia salvar ou não salvar?? , vai depender de uma profunda compreensão dos fatores econômicos aqui comentados e de ações necessárias para sair da inércia, sempre de forma menos coercitivas ou excludentes. E ainda, ressalto como exemplo de antítese, iniciativas estratégicas no estado do Pará, o manejo de florestas nos EUA como pilares da economia florestal, inclusive como insumo regulador em eventuais crises.

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