Opinião do BLOG:
Nossos parlamentares precisam fazer alguma ponderação junto a CONAB sobre os preços praticados no Vendas em Balcão no Estado do Amazonas. O governador já fez o pedido de retorno da subvenção, atendendo pedido do secretário Petrucio, mas entendo que é dever dos representantes do povo (assembleia e bancada federal) também defender o criador rural do nosso estado.
Novamente nesta segunda quinzena de maio, o preço do milho praticado pela Conab/Amazonas é o maior do Brasil. Tá R$ 55,80 (60 kg), o equivalente a R$ 0,93 o kg.
Em Roraima, o preço está em R$ 49,56 (60 kg). É bom lembrar que o milho da Conab que é vendido em Roraima passa por Manaus, e tem a mesma origem, Mato Grosso. Mas mesmo assim, tá menor do que no Amazonas.
Recentemente, matéria abaixo, atendendo pedido dos criadores de Mato Grosso (suínos, aves e bovinos), a Conab ofertou 50 mil toneladas de milho para reduzir o valor de mercado no estado. A própria matéria da Conab diz que essa oferta já fez “o preço do milho baixar na região“.
Pergunta: Vcs sabem quanto foi vendido esse milho em Mato Grosso??????
É só olhar a planilha abaixo para ver que o preço final de leilão ficou em R$ 0,3369 kg, o equivalente a R$ 20,21 a saca de 60 kg.
Pergunto: É ou não é injusto com o produtor rural do Amazonas comprar a R$ 55,80 e o produtor rural de Mato Grosso comprar a R$ 20,21 a saca de 60 kg ?????
Outro detalhe: Nesse leilão que fechou com a saca a R$ 20,21 (60 kg)/R$ 0,3369 kg, basta olhar no quadro abaixo que vc vai observar que dois criadores do Amazonas participaram do leilão. Os amigos Francisco Helder (1.000 toneladas) e Isao Sakamoto (200 toneladas). Fiquei feliz com a participação deles. Isso significa que o preço, mesmo tendo que pagar o frete até Manaus, estava compensando financeiramente.
Outra pergunta: É justo o criador rural do Amazonas não receber uma subvenção para escoar esse milho até Manaus? Lógico que não. O criador de Mato Grosso vai pagar somente R$ 20,21, e está num estado produtor de milho. Já o nosso vai pagar os R$ 20,21 + FRETE + tributos.
É bom dizer que esse MILHO do leilão certamente foi comprado de produtores rurais de Mato Grosso quando o preço de mercado não estava bom, ou seja, abaixo do mínimo. Em síntese, o recurso público federal ajudou o produtor e, agora, está ajudando o criador rural de MT.
E o nosso não teve direito a SUBVENÇÃO/PRÊMIO nesse LEILÃO. Isso não pode, todo leilão federal tem que constar o PRÊMIO para o adquirente do Amazonas.
Agora, voltando ao absurdo preço praticado no Vendas em Balcão pela Conab no Amazonas, faço o seguinte exercício:
- Preço do leilão do dia 09/05 – R$ 0,3369 kg
- Preço do frete de uma remoção de milho para Manaus que aconteceu em fev passado – R$ 0,34 kg (planilha abaixo)
- Somando R$ 0,3369 + 0,34 = R$ 0,67 kg = R$ 40,20 (60 kg)
- Se acrescentar + 17% de ICMS (esse percentual precisa ser discutido) em cima de R$ 40,20 chegaríamos a R$ 47,03 (60 kg)
- Então, qual a razão de ser R$ 55,80 no Amazonas?
Lá em Mato Grosso o leilão foi lançado e baixou o preço no mercado. Por aqui vejo o inverso, estão acompanhando o preço do mercado, que é alto, e que mata o criador que tem alto custo. Na Conab, o pagamento é a vista, e não entrega.
O que é o Vendas em Balcão?
Veja, abaixo, o conceito do programa extraído do site da CONAB.
- Que preço compatível é esse?
- Que igualdade de oportunidades entre os pequenos e grandes criadores é essa?
- Que abastecimento SOCIAL é esse?
Os criadores rurais de Mato Grosso pagam R$ 20,21 a saca de 60 kg. Os nossos pequenos criadores rurais pagam R$ 55,80 na mesma saca. Um absurdo! Os nossos grandes criadores não estão contando com apoio/prêmio para o escoamento do produto adquirido no leilão. Outro absurdo com o Amazonas. Isso tá muito errado. A Conab precisa abrir diálogo para discutir esse assunto. Alguns caminhos:
- Retorno da subvenção aos pequenos/clientes do PROVB, já solicitado pela governador Wilson e secretário Petrucio;
- Que os leilões sempre tenham PRÊMIO para o escoamento até Manaus. Em MT, estado produtor, com recurso público o governo federal garante o preço mínimo ao produtor rural, faz estoque público, e depois vende a preço muito bom para ajudar o criador rural. Não estou dizendo que isso tá errado, pelo contrário, tá certo, é papel do governo, mas nós, do Amazonas, precisamos, pelo menos, de um PRÊMIO constante nos leilões;
- Debater a composição de preço de Mato Grosso até Manaus debatendo sobre o percentual do ICMS, INSS e valor do FRETE;
Cadê nossos deputados estaduais? Cadê a Comissão de Agricultura da Aleam? No tempo do Dermilson era muito mais atuante. Cadê nossos parlamentares federais? O Governo Federal tem um leque gigantesco de programas que podem ajudar o nosso agronegócio familiar e empresarial. Fica a dica!