Vou fazer alguns breves comentários sobre a visita do governador ao município de Manacapuru com base na matéria do EM TEMPO (acima). Tenho sempre dito que o governador José Melo é um dos maiores conhecedores dos problemas do interior do Amazonas, inclusive dos nossos 275 mil agricultores familiares. Esse conhecimento foi mais ampliado quando assessorou os governos Eduardo e Omar. Já na condição de governador, diante das complexas e abrangentes demandas, se distanciou do setor primário, e seus assessores diretos, com ênfase nos de planejamento, não tem conhecimento nem sensibilidade com a área que produz alimentos. Eu diria ao governador que falar em “recursos assegurados” na ordem de “950 milhões” justamente em Manacapuru (maior produtor de malva) quando já estamos completando três anos sem pagar a subvenção aos juticultores cujo valor não chega a 3 milhões (0,3% do anunciado para 2017) não é uma boa estratégia. Anunciar milhões quando a área de planejamento não conseguiu viabilizar R$ 0,40 centavos ao juticultor, penso que não fica legal pra imagem do governador. Idem aos seringueiros que também não receberam o pagamento da subvenção estadual. Falhou a assessoria. Falar em contar com o apoio da CAIXA e BANCO DO BRASIL sem cobrar o péssimo desempenho desses agentes no crédito rural do PRONAF no Amazonas também não fica legal. Se eu fosse seu assessor, diria que essa seria a verdadeira prioridade da “Compensa” junto ao BB, BASA e CAIXA, ou seja, a maior aplicação do crédito rural no AM. Com relação ao peixe em cativeiro, seu secretário Geraldo Bernardino já disse claramente que enquanto não resolvermos a questão da “ração” não iremos avançar. Se eu fosse seu assessor, diria pra anunciar a identificação de regiões produtoras de milho e a distribuição de sementes. Isso sim é notícia boa. Falar em “atrair a iniciativa privada” é correto, mas eu diria ao governador que temos indústrias privadas já instaladas em Manaus que estão comprando matéria prima em outros estados e países. Esto falando de borracha (Neotec/Michilan) e malva (Jutal, CTC…). Perdemos, recentemente, o competente geólogo Fred Cruz que, há décadas, defendia o potencial da “base mineral” do nosso estado. Ele já nos deixou, e só viu nos discursos essa tal prioridade de governo. Por fim, como falar nesses 950 milhões da “nova matriz” e esquecer os milhões do Plano Safra que não foram viabilizados? Melo conhece, e tenho certeza que quer acertar, mas está muito mal assessorado em termos de setor primário, e não consegue enxergar. |