Opinião/Informação:
É positivo ver o jornalista Holanda se posicionando de forma clara sobre o atraso econômico do Amazonas, atribuindo responsabilidades ao MPF, às ONGs e ao sistema de Justiça. Há décadas venho lançando meu olhar crítico sobre o papel das ONGs ambientalistas e de seus chamados “observatórios” no estado.
Muitas dessas organizações são financiadas com recursos internacionais e, na prática, ajudam a manter o Amazonas pobre, isolado e sem atividade econômica estruturada, sob o discurso da preservação. Sabemos da enorme importância do modelo PIM/ZFM, mas também sabemos que ele não chegou ao interior do estado — aos 61 municípios que continuam convivendo com baixíssimos indicadores sociais.
O que questiono, de forma objetiva, é o papel do Ministério Público Federal, que nunca cobrou com a devida firmeza a implementação do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Amazonas, instrumento previsto há décadas na Política Nacional de Meio Ambiente e essencial para dar segurança jurídica ao desenvolvimento sustentável.
Por outro lado, é preciso reconhecer que, sem o MPF e a Justiça, o que vem sendo articulado pela SEMA em torno do REDD+ e dos créditos de carbono — especialmente no projeto do rio Mejuruá — dificilmente faria o caboclo ver a cor do dinheiro gerado por esses ativos ambientais.
O problema é que, infelizmente, desde o governo Eduardo Braga, passando por Omar Aziz e agora no governo Wilson Lima, quem efetivamente manda na SEMA são quadros ligados a ONGs, especialmente à FAS. Isso enfraquece o controle público e afasta o interesse real das populações locais.
Se tivéssemos uma ALEAM verdadeiramente comprometida com o povo do Amazonas, o relatório da CPI das ONGs e o relatório do Programa Bolsa Floresta já estariam sendo investigados no âmbito estadual. Muita coisa sairia debaixo do tapete — e reforçaria, com fatos, o que afirma o jornalista Holanda.
Contudo, nesta legislatura da Assembleia Legislativa do Amazonas, não vejo a menor disposição política para enfrentar esse debate. E o silêncio institucional também é uma forma de responsabilidade pelo atraso que vivemos.
Abaixo, coluna do HOLANDA.
THOMAZ RURAL


