Opinião/Informação:
Vejo de forma positiva o crescimento da pecuária no Amazonas, assim como defendo a ampliação da produção de grãos — milho, soja, feijão e arroz — em áreas comprovadamente aptas para essas atividades, sempre em conformidade com os critérios técnicos estabelecidos pela EMBRAPA.
O estado precisa consolidar uma cadeia forte de produção de carnes, em todas as suas modalidades, e de ovos, garantindo segurança alimentar à população. O Amazonas é um território amplamente preservado, mas ainda marcado por insegurança alimentar.
O produtor rural já é obrigado a preservar 80% do nosso território. Nos 20% legalmente destinados à produção, é legítimo e necessário permitir que o produtor rural amazonense trabalhe de acordo com a vocação de sua região, com responsabilidade e dentro da lei.
Quem tenta impedir esse processo, em regra, atende a interesses internacionais, de organizações não governamentais e atores que já dispõem de recursos suficientes para viver com dignidade. Impor restrições adicionais à atividade produtiva rural dentro do limite legal é inaceitável, desumano e representa um verdadeiro gol contra o desenvolvimento do Amazonas.
Que venha o ZEE do Amazonas o mais urgente possível. Faz parte da Política Nacional de Meio Ambiente que é ignorado por ongueiros há mais de uma década, em especial os com origem na ONG FAS, com “S”.
THOMAZ RURAL
O Valor Bruto da Produção (VBP) do Amazonas deve atingir a marca histórica de R$ 5,84 bilhões em 2025, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O resultado representa um salto significativo de 45,6% em relação aos R$ 4,01 bilhões registrados em 2024. Contudo, o expressivo crescimento nominal não altera a posição relativa do estado, que permanece com um dos menores VBP agropecuário do Brasil, evidenciando um abismo estrutural em comparação aos grandes polos produtores.
Enquanto o Amazonas projeta uma expansão acelerada, o VBP total do Brasil apresenta uma trajetória mais estável, porém em patamares monumentais. O valor nacional para 2025 está estimado em R$ 1,412 trilhão, um leve recuo frente aos R$ 1,424 trilhão consolidados em 2024.
Essa divergência de tendências, o Amazonas crescendo enquanto o Brasil sinaliza estabilidade — revela um descolamento da economia agrícola amazonense. Enquanto a dinâmica nacional é ditada pelas cotações internacionais de commodities e pelo câmbio, o desempenho do Amazonas reflete uma recuperação interna e o fortalecimento de cadeias voltadas ao consumo regional. Atualmente, a participação do Amazonas no VBP brasileiro é de apenas 0,41%, o que significa que, para cada R$ 100,00 gerados pelo agro no país, o estado contribui com apenas 41 centavos.
Raio-X da Produção: Mandioca lidera e Pecuária sustenta base
A composição do VBP amazonense em 2025 mostra uma predominância das lavouras (70%, ou R$ 4,09 bilhões) sobre a pecuária (30%, ou R$ 1,74 bilhão). No topo do ranking, a mandioca consolida-se como o principal motor econômico, projetando R$ 2,99 bilhões em 2025, um aumento substancial sobre os R$ 1,69 bilhão de 2024.
- Bovinos: Segunda maior força do estado, deve gerar R$ 1,36 bilhão em 2025, um crescimento de 12,3% em relação aos R$ 1,21 bilhão de 2024.
- Ovos: Atividade de destaque, saltou de R$ 294,6 milhões para R$ 343,2 milhões (+16,5%).
Evolução Histórica

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A análise do gráfico histórico (2018-2025) mostra que o Amazonas viveu um período de oscilação entre 2020 e 2022, com uma queda acentuada em 2022 (R$ 2,83 bilhões). A partir de 2023, o estado iniciou uma trajetória de recuperação que culmina na projeção recorde de 2025.
Este crescimento, embora expressivo em percentuais, é caracterizado tecnicamente como uma expansão sobre uma base pequena. A trajetória indica um fortalecimento estrutural de culturas de subsistência e mercado interno (mandioca e banana), mas ainda mostra baixa penetração em cadeias globais, como o trigo (inexistente nos registros do estado) ou suínos e frangos, que não figuram no topo do ranking estadual.
Os dados divulgados pelo Mapa em 21 de novembro reforçam que o desafio do agronegócio amazonense é a escala. O estado ocupa o 18º lugar no ranking de estados no VBP do país. A forte dependência da mandioca, que responde por cerca de metade de todo o VBP estadual, aponta para uma concentração produtiva que torna a economia rural vulnerável a variações de preços dessa cultura específica, evidenciando a necessidade de diversificação e integração produtiva para reduzir a marginalidade econômica frente ao restante do país.
Fonte: O Presente Rural



