Minha opinião sobre o artigo…
O artigo de Raimundo de Holanda é um chamado lúcido e necessário para quem se recusa a aceitar a Amazônia apenas como vitrine ambiental. Com clareza e coragem, o autor expõe uma realidade frequentemente varrida para debaixo do tapete: a floresta permanece em pé, mas o povo amazônida segue abandonado, sem assistência técnica, sem investimentos estruturantes e sem políticas públicas capazes de transformar preservação em desenvolvimento real. O texto desnuda o papel imposto ao Amazonas de mero “selo de sustentabilidade” para o Brasil e para o mundo — um discurso que rende prestígio internacional, mas não retorna em qualidade de vida para quem vive aqui.
É impossível ler o artigo sem reconhecer que essa distorção também é resultado direto de escolhas políticas locais. Governadores preferiram cair no discurso fácil de ONGueiros e grandes ONGs que se apropriam da imagem da Amazônia e do sofrimento do nosso povo para garantir financiamento, visibilidade e conforto, enquanto os indicadores sociais e econômicos do estado seguem entre os piores do país. Preserva-se o território, mas negligencia-se quem depende dele. O símbolo máximo desse abandono é gritante: até hoje o Amazonas não possui um Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE-AM), instrumento básico para planejar o uso do território, atrair investimentos responsáveis e garantir desenvolvimento com justiça social.
Este artigo não é contra a floresta em pé — ao contrário. Ele defende que preservar a Amazônia só faz sentido quando o amazônida também é preservado, incluído e protagonista. Sem isso, continuaremos sendo apenas o selo verde que sustenta discursos alheios, enquanto nosso povo segue invisível.
Acesse o link abaixo para ver a opinião do jornalista Raimundo de Holanda. Nota 10!
THOMAZ RURAL
https://www.portaldoholanda.com.br/bastidores-da-politica/amazonia-floresta-em-pe-oportunidades-nao




