Opinião/Informação:
Não sou contra a Costa Nutrition — pelo contrário. Reconheço e agradeço o trabalho que vem sendo feito com o pirarucu de manejo. A informação de que mais de 10 mil latas já foram enviadas para todos os estados do Brasil é, por si só, uma prova de que o produto tem mercado, escala e aceitação.
O problema é outro. O pirarucu sai da Amazônia e volta para cá industrializado, gerando emprego, renda, tecnologia e impostos fora do nosso estado. Nada contra a empresa. Isso é mérito dela. O que incomoda é mais uma demonstração da nossa incapacidade institucional de trabalhar e industrializar o produto regional onde ele é produzido.
Fala-se muito em bioeconomia, mas pratica-se pouco. O discurso é bonito, mas a realidade mostra que seguimos exportando matéria-prima e importando valor agregado.
Se eu fosse governador, determinaria que a presidência da ADS visitasse a Costa Nutrition, levasse empreendedores locais, conhecesse o processo produtivo, identificasse de qual comunidade foi comprado o pirarucu e, principalmente, quanto desse valor chegou, de fato, ao bolso do manejador.
Sabe quando isso vai acontecer na ADS? Nunca.
Hoje, os objetivos da ADS caminham na contramão do que o Estado precisa, do que o produtor rural precisa e do que a Amazônia precisa para deixar de ser apenas fornecedora de matéria-prima.
THOMAZ RURAL


