Auxílio Estadual prova: repassar verba para a FAS pagar ribeirinho é obsoleto

Opinião/Informação:

Não faz o menor sentido, em plena era digital e com a máquina pública aparelhada, o Governo do Amazonas continuar repassando recursos para a ONG FAS (Fundação Amazônia Sustentável) realizar o pagamento do antigo Bolsa Floresta, hoje renomeado “Guardião da Floresta”. O Estado já possui a tecnologia e o cadastro.

O governo já executa pagamentos diretos, como o “Auxílio Estadual”, e o Governo Federal faz o mesmo com o Bolsa Família. Se existe o caminho direto para o bolso do beneficiário, por que manter uma estrutura de intermediação que vem desde 2008? É uma burocracia desnecessária que custa caro e gera ineficiência.

Miséria e Atraso

O cenário torna-se vergonhoso quando olhamos para os valores e prazos. Estamos falando de uma “ajuda” de apenas R$ 100,00 — que, pasmem, foi de R$ 50,00 por longos 14 anos e para menos de 0,5% do público que merecia receber. E o pior: há relatos de atrasos de dois a três anos. Com bilhões do Fundo Amazônia e recursos internacionais entrando nos cofres ou sendo anunciados, é inadmissível que o ribeirinho receba migalhas, e ainda por cima, com atraso.

A Exclusão do Caboclo

Além do modelo de pagamento, o critério é injusto. O benefício é restrito a quem mora em Unidades de Conservação (UCs). E o caboclo que vive fora das UCs? Ele não preserva? A floresta em pé depende de todos, não apenas de quem está dentro de uma linha imaginária traçada pelo governo.

A Profecia de Denis Minev infelizmente aconteceu…

Em breve, compartilharei um relatório histórico sobre o programa. Nele, há uma frase (abaixo) do empresário Denis Minev que soa hoje como uma profecia trágica. Ele temia que o valor baixo gerasse conformismo e que nada mudasse. Infelizmente, foi exatamente o que aconteceu: o valor permaneceu uma miséria, a estrutura se manteve estática e, 17 anos depois, o interior do Amazonas continua esperando a valorização que nunca chegou. Está na hora do Estado rever não apenas a modalidade de pagamento via ONG, mas a dignidade do valor pago a quem realmente guarda a floresta.

THOMAZ RURAL

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