Opinião/Informação:

A análise do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2023 revela um quadro de profunda desigualdade e injustiça social para o estado do Amazonas, uma realidade que clama por uma reflexão urgente e uma mudança de paradigma. Os mapas apresentados – que detalham o desenvolvimento municipal em Emprego & Renda, Saúde e Educação – pintam a maior parte do nosso território com as cores do déficit: crítico (vermelho) e baixo (laranja). É absolutamente revoltante constatar que uma região de tamanha importância estratégica global, detentora da maior parte da floresta amazônica preservada e vital para o equilíbrio climático do planeta, seja sistematicamente relegada a um dos piores níveis de qualidade de vida do Brasil.

• Emprego & Renda (Crítico/Baixo): A ausência de oportunidades dignas e a fragilidade econômica condenam grande parte da população amazonense a um ciclo de pobreza.
• Saúde (Crítico/Baixo): A precariedade no acesso a serviços básicos de saúde, em um estado de dimensões continentais, é uma sentença de sofrimento e morte.
• Educação (Crítico/Baixo): A falta de investimento em educação de qualidade perpetua a desigualdade, minando o potencial de desenvolvimento futuro da juventude amazonense.

Não podemos aceitar o argumento simplista da logística ou da distância como única justificativa para este abismo social. A manutenção de um modelo que teima em fazer “o mesmo com o mesmo” – seja em termos de políticas públicas federais que ignoram as especificidades da região, seja na gestão interna que não consegue reverter essa trajetória – só poderia, de fato, resultar neste cenário calamitoso.

Manter a floresta em pé não pode ser sinônimo de manter o povo na miséria. Essa condição imposta, onde a preservação ambiental é dissociada do desenvolvimento humano, é uma violência. É hora de reconhecer que a dívida histórica do Brasil com a Amazônia é imensa e que o desenvolvimento sustentável não é um luxo, mas uma obrigação ética e política.

O Amazonas não é apenas um “estoque” de natureza para o mundo; é o lar de milhões de brasileiros que merecem uma vida plena. Chega de aceitar a mediocridade e a desigualdade como destino. A hora de lutar por um desenvolvimento que honre a grandeza da floresta e a dignidade do seu povo é agora!

THOMAZ RURAL