Opinião/Informação:
O mapa do IDSC-BR 2025 mostra algo que ninguém pode negar: o Amazonas é um dos estados mais preservados do Brasil. Nosso território está praticamente todo em verde — floresta em pé, biodiversidade intacta e ecossistemas protegidos. Mas basta cruzar esses dados com a realidade social para enxergar a contradição gritante: somos um dos piores Estados em IDH, com milhões vivendo na pobreza, na fome e sem o mínimo de dignidade. Essa conta simplesmente não fecha.
Se o Amazonas é o “exemplo mundial de preservação”, como explicam que, mesmo assim, o povo continua passando necessidade?
Para onde estão indo os bilhões que entram no Estado todos os anos em nome da floresta?
Bilhões para REDD, bilhões para projetos ambientais, bilhões para consultorias, ONGs e “arranjos institucionais”, e agora mais bilhões prometidos para COP-30. Mas para quem está deitado numa rede, doente, isolado, passando fome, esse recurso não chega.
Estamos preservando o que já está em pé. Enquanto isso, o nosso povo — o que realmente sustenta este Estado — permanece caído.
Ou o modelo muda e o dinheiro chega para quem vive aqui, ou continuaremos sendo o Estado mais preservado… e também um dos mais pobres do Brasil. O Amazonas não precisa de mais discursos internacionais. Precisa de respeito, desenvolvimento e oportunidade para quem produz e para quem quer comer.
THOMAZ RURAL



