Opinião/Informação:

A proximidade das eleições opera milagres. Omar e Eduardo aproveitaram um evento em Rio Preto da Eva para visitar a produção do produtor Claudio Decares. Um “milagre” político: se não estivéssemos tão perto de 2026, dificilmente apareceriam. É nítido que Eduardo tem mais intimidade com o setor rural; já Omar parece deslocado, não é a sua praia (não tem problema, mas é um fato). Reconheço que, em 2003, Eduardo resgatou o setor primário, nomeou ótimos técnicos (Luiz Castro, Vizolli, Valdelino, entre outros), mas depois se encantou pelo discurso ambientalista, aproximou-se do PT, criou a ONG FAS e seu secretário de meio ambiente acabou afastando o governo do agro. Omar, por sua vez, deu continuidade ao que Eduardo iniciou, mas também não se destacou no setor. Como já disse, não é a sua área, e acabou igualmente seduzido pela mesma agenda ambiental. Ambos, ao embarcarem nessa linha ambientalista, deixaram de fazer o ZEE-AM e se distanciaram do produtor rural. Dos milhões em emendas, quanto foi destinado ao Pró-Calcário ou para viabilizar o zoneamento? Aliados do PT, nenhum dos dois foi à CPI das ONGs — coordenada pelo senador Plínio Valério — para cobrar transparência e resultados. Marina esteve lá, mas Omar e Eduardo só passaram a cobrar a BR-319 recentemente. Conseguiram gasoduto, Arena e Ponte, mas esqueceram o básico: ZEE, regularização fundiária, licenciamento ambiental moderno e o Parque de Exposição Agropecuária Eurípedes Ferreira Lins (ficamos sem, agora já temos, fruto de insistências da FETAGRI, OCB e FAEA). Esqueceram que o crédito rural (Pronaf) não chega ao Amazonas, mas chega a Rondônia e Pará. Há ainda outro ponto: o Amazonas nunca havia aderido ao Programa Garantia-Safra — só ocorreu na gestão de Wilson Lima, após pedidos meus, do Petrucio e apoio de entidades como FETAGRI, OCB e FAEA, em documento entregue aos candidatos. Espero que Claudio Decares tenha deixado a humildade de produtor de lado e colocado para eles todas as dores de quem tenta produzir no Amazonas.

Respeito quem pensa diferente, mas olhando para 2026, o melhor desenho político seria Omar seguir normalmente seu mandato até 2030 e Eduardo disputar o governo. No entanto, deve buscar a reeleição no Senado por haver duas vagas. E como o PT vai perder em 2026, Omar seria estratégico ao Amazonas porque faria oposição ao novo presidente. O estado precisa disso no Senado Federal.

Em síntese, o que acontece é sempre o mesmo: Eduardo, Omar e Wilson começam bem o governo e, em seguida, entregam a agenda para ongueiros que passam a ditar o rumo, enquanto o povo que protege a floresta e produz alimento continua esquecido.

Prometer “nós vamos fazer” não convence mais. O produtor rural já sabe que os governos não têm força diante de ONGs que:

• não querem a BR-319,
• não querem o ZEE-AM,
• não aceitam uso de satélite para acelerar CAR e licenciamento ambiental — só para multar.

Para completar, o CBA deixaram parado há 20 anos, e a ONG IDESAM segue mandando no dinheiro das indústrias do Polo Industrial de Manaus em parceria com a SUFRAMA, acumulando milhões sem apresentar resultados compatíveis. E todos sabem que o Fundo Amazônia pouco ou nada mudou na vida do interior — e não vemos nenhuma ação concreta para direcionar esse dinheiro ao que realmente importa:

ZEE, energia solar, internet, sementes, água potável, mudas e assistência técnica.

Sugiro que acessem os 21 projetos prioritários do IDAM, conversem com a EMBRAPA e entendam o que significa ATeG. Só assim o discurso de desenvolvimento terá lastro e realidade.

Em 2026, meu desejo é ter um governador RAIZ, já faz tempo que importamos de São Paulo e do Pará.

THOMAZ RURAL

https://www.facebook.com/reel/1385774323112349