Opinião/Informação:
Não posso deixar de apontar o absurdo desse chamado programa “vale-gás”: oferecer subsídio para apenas 1 milhão de pessoas, quando há metade da população sofrendo com fome — é um escárnio. É a prova de que a corrupção aqui anda solta, livre, sem freio, enquanto se empurra para a população mais pobre migalhas de política social, em vez de resolver a raiz do problema. Se nem têm comida para preparar, para que serve uma botija subsidiada? O “vale-gás” vira moeda de troca para negociar com quem ainda tem dinheiro para comprar alimento — é uma política superficial, clientelista, que não resolve a precariedade real. Não é programa de nação séria. Um país verdadeiramente rico em oportunidades e emprego não precisa se limitar a dar gás para uns poucos enquanto milhões morrem de fome. No Amazonas, eu sei que há potencial produtivo: terra, florestas, cultura, gente disposta a produzir. Mas querem manter a gente estagnado — e, quando liberam algo, é para benefício pontual, não para transformar a vida das comunidades. Ou seja, menos de 0,5% da população brasileira será contemplada por esse programa — um número pífio diante da gravidade da fome para metade do país. É uma política simbólica: favorece muito poucos, enquanto a grande massa que passa fome — literalmente — é ignorada. Demonstra falta de visão de desenvolvimento social: não resolve a insegurança alimentar, apenas distribui recursos de forma limitada e pouco estratégica. Parece uma manobra política para dar crédito superficial ao governo, sem compromisso real com transformação estrutural. Se querem realmente minimizar a fome, deveriam investir em programas amplos de renda, produção agrícola familiar, acesso a alimentos — não “gás para alguns”. Esse vale-gás mostra bem onde está a prioridade: não nas pessoas mais vulneráveis, mas em medidas pontuais que não enfrentam o problema de fato.
THOMAZ RURAL



