Cadê a tecnologia da Alemanha, da GIZ/GTZ, USAID e de ONGs para tirar os 150 kg das costas do manejador?

Opinião/Informação:

Eu já participei de dezenas — talvez centenas — de reuniões com ONGs, agências internacionais como GIZ/GTZ, USAID e tantas outras. É sempre a mesma promessa: uma “nova vida” para o manejador, para o caboclo, para o ribeirinho. Prometem desenvolvimento, prometem oportunidades, prometem transformar a realidade da floresta. Décadas se passaram, bilhões de reais já entraram na Amazônia, e o que mudou de verdade? Nada. O caboclo continua carregando 150 kg nas costas, vivendo sem infraestrutura, sem assistência técnica séria, sem renda e sem perspectiva. É muito discurso e quase nenhuma entrega real. Se eu tivesse mandato na ALEAM — e não terei, porque não serei candidato — já teria corrido para abrir uma CPI abrangente, envolvendo todos esses atores citados acima. Porque alguém precisa parar tudo e fazer a pergunta que ninguém tem coragem de fazer: o que foi entregue de concreto, mensurável e verificável por quem recebeu bilhões em nome do povo da floresta? Pelos indicadores sociais, pelas taxas de pobreza extrema, pelo abandono no interior, e até pelo caos administrativo dentro das Unidades de Conservação, a resposta parece simples: esse dinheiro foi parar em outra conta, não na conta do caboclo. Uma CPI de verdade — sem “pizza”, sem acordão — descobriria facilmente onde o dinheiro realmente foi parar. E a gente sabe que não foi o “gato que comeu”, como diz aquela música. Esses recursos viraram consultorias milionárias, viagens internacionais, ótimos salários, relatórios que ninguém lê e estruturas paralelas que se alimentam do discurso da miséria e da dependência. Acorda, caboclo! Expulsa do teu território esse povo que só aparece pra te usar como vitrine, moeda política ou escada pra captar mais dinheiro lá fora. Eles vivem, como disse muito bem o senador Plínio Valério, de forma “nababesca”, enquanto vocês seguem mais pobres, mais doentes e cada vez mais isolados. E para completar a injustiça, só alguns poucos líderes — sempre os mesmos “cabeças” escolhidos — recebem as viagens, os cursos, as mordomias e os benefícios. São financiados justamente para calar quem questiona, para conter os comunitários que reclamam, sempre com aquela mesma conversa de que “o futuro vai chegar”. Esqueçam: o futuro só chegou para eles. Nunca chegou para vocês. E não vai chegar enquanto esse sistema continuar funcionando desse jeito. Lembrando que a Alemanha já dá seus primeiros passos criando pirarucu. Vocês entenderam o que eles estavam e estão fazendo no interior? Pois é, só copiando, de olho em tudo e levando para o país deles.

THOMAZ RURAL

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