O Portal Thomaz Rural recebeu uma mensagem do Daniel Araújo, líder comunitário e liderança de território do Rio Negro, onde atua há 24 anos. A mensagem expressa uma profunda preocupação, compartilhada por líderes de movimentos sociais e populações tradicionais, sobre o lento processo de aquisição de infraestrutura básica. Conforme detalhado na mensagem, o avanço em áreas como saúde, educação, esporte, lazer e geração de renda é dificultado pela pouca atenção do poder público. Daniel Araújo, cuja atuação abrange Unidades de Conservação estaduais como a APA Aturiá Apuauzinho (16 comunidades) e a RDS Puranga Conquista (17 comunidades), totalizando mais de 2.000 famílias, relata que as melhorias chegam lentamente. Ele reconhece avanços pontuais ao longo de sua militância — como perfuração de poços, reformas de escolas ou a chegada do “Luz Para Todos” — mas frisa que tudo “chega por meio de muito esforço pela união de lideranças” para sensibilizar gestores. A esperança agora se volta para a COP 30. O líder expressa a expectativa de que o evento possa “finalmente trazer celeridade em melhorias para a qualidade de vida do povo”, valorizando as populações tradicionais que mantêm a floresta em pé. No entanto, Daniel foca sua crítica na pauta ambiental, afirmando que o discurso oficial do governo sobre conservação é uma “total hipocrisia” e que as comunidades estão “a míngua”. Ele questiona quais programas o estado oferece para “capacitar”, “contribuir” ou “apoiar projetos sustentáveis”, destacando que o morador local tem a sensibilidade para o manejo, mas carece de “recurso” e “apoio”. Essa mensagem é descrita como “uma indignação de duas décadas e mais dois anos“, alimentada por promessas vazias. O líder cita como exemplo o único programa de transferência de renda direta que existia, o “Bolsa Floresta”, que passou a se chamar “Guardiões da Floresta” e “ficou estagnado”. Segundo Daniel, o governo deixou de pagar o valor de R$ 100 mensais há quase três anos. A justificativa oficial, relata ele, era que o benefício “viria de uma outra forma, através de um Programa de Crédito de Carbono (REDD+)“, que exigiria reuniões nas comunidades para aprovar em consultas pública a implementação e reestruturação. Contudo, Daniel afirma que “até hoje nada” aconteceu, deixando milhares de famílias em diversas unidades de conservação do estado sem o apoio.
Em outra postagem vou comentar a mensagem recebida do Daniel Araújo.
THOMAZ RURAL




Um comentário sobre “Relato de líder comunitário e liderança no Rio Negro há 24 anos (envolve APA e RDS)”
Quero agradecer esse importante canal de comunicação pra nos ajudar expor realmente nossa preocupação enquanto liderança do futuro de nossas comunidades ribeirinhas, em função das inúmeras necessidades de apoio por parte dos governos, bem como a valorização e respeito as populações tradicionais tradicionais cujo homem da floresta precisa do apoio do governo para desenvolver atividades compatíveis com a preservação e conservação.