IBGE: Piscicultura em crescimento no AM. Se deixassem o produtor rural trabalhar ninguém segurava o nosso Estado

Opinião/informação:

É evidente que fico feliz quando um órgão oficial brasileiro, como o IBGE, aponta o nosso Amazonas em crescimento na piscicultura. É um reconhecimento importante. É lógico que ainda recebemos peixe de fora — e isso deve continuar por algum tempo —, mas o fato é que o crescimento, mesmo diante das travas ambientais, inclusive dentro dos 20% permitidos pelo Código Florestal, é irreversível. Nosso povo precisa de emprego e comida, e a piscicultura cumpre esse papel com eficiência e potencial de expansão. O primeiro lançamento de um Plano Safra no Amazonas aconteceu no início do governo Wilson Lima, e lá estava a piscicultura entre as prioridades. O IDAM elaborou os projetos estratégicos e, novamente, a piscicultura figurava entre eles. Para quem talvez ainda não saiba, os Planos Safras — inclusive o nacional — são sinalizadores do que pensam os governos. O ideal seria que tudo se concretizasse na prática, mas isso é impossível. O essencial é que a sociedade e o setor produtivo tenham um documento de referência, capaz de orientar, receber críticas e ser aprimorado ano após ano. Espero que o Amazonas nunca mais deixe de ter o seu Plano Safra, instrumento que deu voz ao setor e trouxe uma nova visão de planejamento rural. Nesse processo, é justo reconhecer o papel de Wilson Lima, Petrucio Magalhães, Leocy (piscicultura) e de toda a equipe técnica do Sistema que iniciou essa caminhada. Depois vieram Daniel e Alessandro Cohen que, com força política e técnica, criou a Secretaria de Pesca e tem tocado a área com o material e as condições disponíveis, que nem sempre são ideais. O dia em que a ALEAM se preocupar mais em legislar e fiscalizar, e menos em ocupar cargos no Executivo em busca de votos e outros interesses, o Amazonas vai crescer muito mais. Dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados com base em 2024, confirmam o avanço da piscicultura no Amazonas e consolidam o estado como maior produtor de Matrinxã do país, com 55% do mercado nacional. O estado também ocupa a quinta posição na produção de Tambaqui, ao lado de Rondônia, Pará, Roraima e Mato Grosso. O Amazonas registrou 8,54 milhões de quilos de Tambaqui e 2,89 milhões de quilos de Matrinxã, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM 2024) do IBGE. Outras espécies, como a pirapitinga (265 mil quilos) e o pirarucu (207 mil quilos), também tiveram participação relevante. A Região Metropolitana de Manaus concentra a maior parte da produção, com destaque para Manacapuru (1,9 milhão de quilos) e Rio Preto da Eva (1,5 milhão), seguidos por Iranduba, Manaus e Presidente Figueiredo. O levantamento do IBGE reforça a importância do pescado na economia e na alimentação regional, com o Amazonas assumindo posição de protagonismo no cenário nacional da aquicultura. De tudo isso, o mais importante mesmo é a fibra do nosso piscicultor, que não desiste apesar de todas as dificuldades impostas por não termos o ZEE, não acessarmos o crédito, sem documento da terra e licença ambiental quase que totalmente paralisada. Sem falar do CAR com números ridículos no estado.

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