Opinião/Informação:
A disputa pela vaga de desembargador no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), pelo Quinto Constitucional da advocacia, tornou-se a mais concorrida da história do nosso Judiciário. São 17 advogados inscritos, quase três por vaga na lista sêxtupla que será formada pela OAB-AM. Espero que o vencedor dessa disputa dedique parte do seu tempo para ouvir e fazer justiça com quem coloca comida na mesa de todos os 17 concorrentes — o produtor rural. Recentemente, membros do TJ-AM ouviram Aldo Rebelo, uma ótima iniciativa. É um público que sofre diversas mazelas e injustiças, muitas vezes sem voz no judiciário e legislativo. Que o próximo desembargador seja parceiro de quem produz alimento e esteja disposto a fazer justiça a esses trabalhadores que sustentam a base da nossa economia e da nossa sobrevivência. Um desembargador, embora atue na esfera jurídica, tem o dever de compreender as realidades sociais e econômicas do seu estado, inclusive as do campo e do setor produtivo rural. Isso não significa interferir em políticas públicas, mas sim julgar com sensibilidade e consciência sobre o impacto real das decisões — especialmente num estado como o Amazonas, onde o agro, a agricultura familiar e o extrativismo são fundamentais para a alimentação, o emprego e a economia local.
Quando um magistrado entende as mazelas e dificuldades do produtor rural, ele:
- aplica a lei com mais justiça social;
- reconhece o valor de quem garante a segurança alimentar;
- contribui para um Judiciário mais conectado à realidade do povo.
Em outras palavras: não há justiça plena se quem alimenta o estado continua sendo tratado com descaso.
THOMAZ RURAL


