Opinião/Informação:
Pois é, quem fez essas afirmações sobre licenciamento ambiental foi o ex-secretário de Meio Ambiente do governo Eduardo Braga — o mesmo que, em seguida, assumiu o comando da ONG FAS, onde está desde 2008. Deixou o cargo público e levou a pauta ambiental para dentro da ONG. Desde 2019, já sob o governo Wilson Lima, segue parceiro do atual titular da SEMA. Em resumo: os mesmos ongueiros já comandam, direta ou indiretamente, há 12 anos a área ambiental pública do Amazonas. Um mineiro e um carioca ditando o rumo da política ambiental do nosso Estado. Já deu! Queremos um “raiz” no comando dessa área — alguém que conheça a floresta de dentro pra fora, e não apenas de relatórios e palestras. No último artigo publicado pelo comandante da ONG FAS (com “S”), ele cita a Política Nacional de Meio Ambiente, mas silencia completamente sobre o ZEE do Amazonas — um dos principais instrumentos dessa política. Nem ele, nem Marina, nem o atual secretário da SEMA falam no ZEE. Nem Eduardo, nem Omar cobram. Wilson cobra publicamente, mas o secretário ignora, preferindo discursos sobre REDD+ e crédito de carbono. Não é estranho? Aliás, nesse tema do crédito de carbono, o MPF-AM precisa aprofundar a fiscalização, não só sobre o Projeto Mejuruá, em Carauari, mas também em estados vizinhos que podem ter vínculos diretos com pessoas do Amazonas. O ongueiro da FAS fala em “desenvolvimento e conservação”, mas ignora a EMBRAPA, que há décadas trabalha por isso — inclusive na pecuária sustentável, que eles fingem não existir. Diz querer “fortalecer as instituições”, mas já foi secretário, sua ONG já recebeu meio bilhão, seu parceiro de ONG hoje é secretário, e ainda assim ninguém explica onde estão os R$ 78 milhões do banco KfW — recursos de um tal “plano de bioeconomia” que não vai prosperar sem o ZEE. Jogaram no lixo todo o trabalho feito no governo Melo, que resultou na Matriz Econômica Ambiental do Amazonas, construída com apoio técnico — inclusive em reuniões no hotel da estrada Manaus–Itacoatiara. Em síntese: o novo artigo do comandante da ONG FAS tem o viés do caos, apenas para captar recursos em Belém, durante a COP30. E enquanto isso, o caboclo segue sendo usado como vitrine, mas vivendo na miséria.
THOMAZ RURAL





