Opinião/Informação:
Abaixo, mais um artigo do professor Marcos Maurício sobre a infraestrutura rodoviária no Amazonas, com comparações entre estados, mas sempre com foco na BR-319. Ele é da academia, mas não integra o grupo de militantes cegos do PT que se recusam a enxergar o óbvio. No final do texto, o professor mostra de forma clara: o acordo que houve em 2007, durante a gestão do PT; o que ocorreu em 2022; e o novo golpe de enrolação aplicado meses atrás. O mais grave é ver ex-governadores Eduardo e Omar, aliados históricos do PT da Ponte e PT da Arena, tentando enganar a população com alguns quilômetros asfaltados. Eu não caio nessa. Quem quiser acreditar, tem toda liberdade — mas que não se iluda: isso não resolve o problema da BR-319, mas pode ajudar na reeleição de ambos. Comigo não cola mais. Já deu!
THOMAZ RURAL
Amazonas: a infraestrutura rodoviária, o “pires” e as “migalhas”.
Parte II
Opinião
Por Marcos Maurício Costa
Manaus-AM
Data: 29.9.2025
Reitero os termos contidos no meu artigo de opinião, datado de 22.7.2024, no sentido de que a pauta da infraestrutura rodoviária, no Amazonas, infelizmente, a partir de 1982, deixou de ser prioridade.
E isto fica evidente, se considerarmos que em 1995, por iniciativa do chefe do Poder Executivo Estadual, à época, o Departamento de Estradas de Rodagem do Amazonas, o DER-AM, foi extinto.
O Amazonas, ao que parece, é um estado que deixa suas rodovias ficarem em condições deploráveis para depois tentar reconstrui-las. Basta comparar a nossa AM-352 (Estrada de Novo Airão) com a MT-060, por exemplo, ambas com foco no ecoturismo.
No que diz respeito às rodovias federais, importante destacar que no estado de Rondônia, a partir da concessão da rodovia BR-364, ocorrida neste ano (2025), alguns segmentos rodoviários serão duplicados.
Já em Roraima, o potencial de integração multimodal volta-se para a navegação de longo curso, a partir do porto de águas profundas de Palmyra, acesso este por meio da rodovia BR-401 (Boa Vista até divisa do Brasil com a Guiana), toda asfaltada, e pela Linden-Lethem Road, cuja previsão de término do asfaltamento é até final de 2026.
Enquanto isso, o Amazonas sofre e implora para poder ter acesso até Porto Velho, capital de Rondônia, pelo modal rodoviário, considerando as condições precárias da rodovia BR-319.
Ora, quando o referencial é a lama e os atoleiros, trafegar pela BR-319 enfrentando poeira e pedras (rachão) soltas pode até ser considerado um avanço.
Basta, porém, ir um pouco adiante, em outros estados, para perceber o atraso e a falta de compromisso de governos que passaram – e o atual – com a agenda da nossa infraestrutura rodoviária.
E quando o assunto é a repavimentação da BR-319, estamos sempre “de pires na mão”, à espera de uma “migalha” para sairmos do isolamento rodoviário.
Notem que o asfaltamento de 20 kms da BR-319 (um subtrecho do Lote C, a partir do Km 198,20 até o Km 218,20), teve início neste mês (setembro). Os outros 32 quilômetros (do Km 218,20 até o Km 250,7) estão sendo licitados.
E o que são 20 quilômetros (ou mesmo 52) de asfalto em meio a pedras e poeiras dos 405 kms do trecho do meio, que inicia no Km 250,7 e vai até o Km 656,4? São migalhas para alimentar a esperança e o clamor por uma realidade distante e o discurso político que envolve a rodovia.
E não esqueçam que a partir do entendimento firmado entre as pastas do Meio Ambiente e Mudança do Clima e dos Transportes, em julho último, no sentido de realizar a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) para o Trecho do Meio – procedimento muito mais elástico se comparado com o Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) – implicará em um novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA), considerando os ritos distintos e as diferenças nas áreas de influência direta e indireta, o que resultará, ainda, na necessidade de um novo Estudo do Componente Indígena (ECI).
Obs: é importante não esquecer que em 2007, os mesmos ministérios firmaram um Termo de Acordo e Compromisso, onde ficou estabelecido a obrigatoriedade do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), sob a lente da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). E somente após 15 anos, em 2022, finalmente o EIA foi aprovado.
Agora, começar do zero, não acredito que veremos asfalto no Trecho do Meio nos próximos 15 anos, ou mais.
Conclusão: como disse Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes, a BR-319 (leia-se: Trecho do Meio) não será repavimentada.


