Opinião/Informação:
Escrevo há 23 anos no Jornal do Commercio e mantenho o Blog Thomaz Rural há 12 anos. Quem me acompanha sabe do meu forte compromisso social e da admiração que tenho pelo Programa Mesa Brasil do SESC, do qual sou fã declarado. Ao ver a postagem sobre os 79 anos do SESC e as doações recebidas pelo Mesa Brasil (com direito a acesso ao show do cantor Ferrugem), senti a necessidade de escrever e relembrar algumas experiências. Foi um grande show. Minha esposa é fã do Ferrugem, e para nós foi especial. Rever doadores do Mesa e reencontrar a equipe que coordena o programa foi uma alegria imensa. Muitos são da época em que mantínhamos uma parceria espetacular. Cumprimentei o Fernando, Monick, Solange e alguns doadores que estavam na área VIP. Confesso que, com minhas quatro hérnias de disco e o peso excessivo, quase não aguentei as duas horas em pé. Vi, na mídia, que a ex-primeida dama do Estado, Taiana, estava na área premium prestigiando a apresentação do cantor Ferrugem. Recordo que, em 2015, ainda na superintendência da Conab, conseguimos destinar 5 mil toneladas de alimentos ao Mesa Brasil do SESC/AM, por meio do PAA – Programa de Aquisição de Alimentos, criado em 2003 pelo governo federal. Foi um gesto marcante do PT, mas lamento profundamente os R$ 50 bilhões desviados na Lava Jato pelo próprio PT, recursos que poderiam ter fortalecido ainda mais o PAA e ajudado a matar a fome de milhões de brasileiros. Hoje, infelizmente, a Conab tem priorizado a destinação de alimentos do PAA para atender interesses políticos de quem indicou a atual titular ao cargo. Pouco, ou quase nada, chega ao Mesa Brasil. O mesmo ocorre no Estado, que também tem deixado o programa de lado, preferindo atender conveniências partidárias. Isso é inaceitável! O Mesa Brasil nasceu para coletar e doar alimentos com destino certo, de forma séria e transparente. Além disso, desenvolve inúmeras ações paralelas de enorme relevância social. Enquanto gestor, sempre estive tranquilo ao destinar alimentos ao Mesa Brasil. Realizava reuniões regulares e recebia relatórios mensais completos. Só foi possível porque impus aos políticos que me indicaram, com firmeza, a certeza de que esse programa era — e continua sendo — o caminho mais seguro para garantir que a comida chegue a quem realmente precisa. Sei que o maior programa social é o emprego. O comércio, por exemplo, gera mais de 300 mil postos de trabalho no Amazonas. Mas, depois dele, levar comida a quem tem fome, o MESA BRASIL é o gesto mais social e humano de todos. Só quem já passou fome entende a dimensão do que estou dizendo. Eu vi, nas entidades sociais e no interior, a dor da fome em um estado rico e preservado. E os números falam por si: mais de 60% da população do Amazonas não sabe o que vai comer hoje. Isso reforça a urgência e a relevância do Mesa Brasil, que precisa ser cada vez mais valorizado e apoiado pela iniciativa privada e pelo poder público. Para concluir, deixo mais uma vez minha sugestão: que o Estado retome a CEASA no Amazonas, instale uma Central de Beneficiamento de produtos regionais e reestabeleça a parceria com o Mesa Brasil SESC/AM. A Conab deveria seguir o mesmo caminho. Um detalhe importante: 5 mil toneladas foi apenas em um ano. Teve 600 toneladas de pescados comprados em Manacapuru e os demais anos em que estive como gestor da CONAB. Acredito que nesse período o SESC do Amazonas, via Mesa Brasil, foi um dos maiores arrecadores do Brasil. Quem tem FOME, tem PRESSA!
THOMAZ RURAL


