Opinião/Informação:
Já faz muito tempo que bato nessa tecla, mas parece que ninguém quer ouvir. E não é só com o pirarucu — a lista de problemas é enorme, tanto no extrativismo animal quanto vegetal. Há anos defendo um plus ambiental para os produtos da PGPMBio, mesmo não sendo “ambientalista”. Até hoje, não vi nenhum documento de ONGs — nem da FAS, nem do IDESAM — defendendo dinheiro no bolso do extrativista. Só milhões em caixa, mas projetinhos de miséria. Apesar do Senado Federal ter solicitado, ainda não se sabe a remuneração dos diretores dessas ONGs e quase não há transparência nos gastos. Por outro lado, a ADS, órgão do Estado que deveria buscar melhor preço para os produtos regionais, continua focada em feiras (desde antes de 2019) e usando o PREME para pagar milhões a empresários, sem licitação com produto recorrente (carne, polpa e pescado). Sem falar no PAF, cheio de suspeitas, e nas subvenções, que seguem o mesmo caminho. E não para por aí: existem outros programas que também precisam de fiscalização rigorosa. Eu venho avisando há anos! Aviso aos gestores: quando a bomba estoura, os mandantes fogem, ficam de longe apenas assistindo o circo pegar fogo. Então, se imponham! Muitos do setor primário, em especial os da pesca, lembram que, quando eu ainda era superintendente, houve um gestor do Estado e político local querendo arrancar milhões do PAA/ESTOQUE para pirarucu. Eu disse ao presidente da Conab que não faria a transferência; se ele quisesse, poderia me substituir e liberar o dinheiro. Felizmente, ele me ouviu e comunicou ao governador da época que a regional do Amazonas não concordava com o repasse. Quem viveu o fim daquele governo sabe o que aconteceu. Se eu tivesse autorizado, estaríamos pagando esses milhões até hoje.
Aviso aos gestores, ponham limites no que pedem a vocês. Quando estoura o problema, eles somem e dizem que não sabiam de nada.
THOMAZ RURAL


