Opinião/Informação:

É pela Unidade Local, é pelo IDAM, é pelo “Posto Ipiranga” (como costumo chamar carinhosamente o IDAM) que passa o desenvolvimento do interior. Não existe outro caminho. Já faz tempo que defendo essa visão.

Por isso, fico feliz quando vejo uma Unidade Local – como a de Manacapuru – passar por reforma, dando dignidade tanto ao técnico da casa quanto ao produtor rural. Mas a realidade infelizmente é outra: nossos nobres deputados estaduais, que insistem em interferir no setor primário, não conhecem o AGRO. Usam-no apenas como ferramenta política, seja para votos, seja para compras suspeitas que, inclusive, levaram o governador a responder questionamentos na última eleição.

Hoje mesmo recebi informação de dois municípios do interior que estão literalmente sem papel, sem gasolina, mergulhados no caos. Por questões salariais, vários concursados já foram embora. O uso político e os interesses particulares de deputados estaduais – com o infeliz aval da “Compensa” – são exatamente tudo aquilo que o produtor não quer, não precisa e não deseja.

O ideal seria que a ALEAM, que já usou e abusou do Sistema (com a conivência da “Compensa”), tivesse a coragem de mudar a legislação, impedindo aventureiros de assumir cargos no Sistema (privilegiando quem é da casa) e corrigindo distorções em todos os programas da ADS. Tivemos um novo percentual aprovado no orçamento, via PEC, mas até agora quase nada se traduziu em melhorias reais.

Sinceramente, ainda espero que até abril o governador Wilson Lima cumpra o que prometeu em 2018: dar um basta nas ingerências políticas, impor-se, colocar os deputados estaduais dentro dos seus devidos limites e não ceder a chantagens, caso existam, em órgãos estratégicos como IDAM, ADAF, ADS. Que no comando da SEPROR permaneça um servidor da casa, pois acerta mais, erra menos, mas livre de ingerências que não tem o produtor rural como objetivo final.

Registro ainda que considero correta a nomeação do amigo Wanderley Barroso, gerente de Manacapuru. Ele não é do IDAM, não é da casa, mas conhece o AGRO, o interior e a vida do produtor rural. Tem voto, mas também tem conhecimento e experiência no setor primário. Quando não for possível indicar alguém da casa, que ao menos sejam feitas nomeações desse perfil para as Unidades Locais.

THOMAZ RURAL