Opinião/Informação:
O Fundo Amazônia continua sendo motivo de comemoração apenas para ongueiros, ONGs e a militância ligada ao PT. Seu objetivo declarado — apoiar iniciativas concretas para preservar a floresta e melhorar a vida de quem vive nela — ficou muito distante de ser alcançado.
Desde sua criação, em 2008, sob a gestão de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, o Fundo foi apresentado como instrumento de combate ao desmatamento e de promoção do desenvolvimento sustentável. Na prática, porém, grande parte dos recursos se concentrou em projetos executados por ONGs, consultorias e estruturas burocráticas distantes da realidade amazônica. O dinheiro raramente chega, de forma direta e efetiva, às comunidades ribeirinhas, extrativistas e indígenas que realmente protegem a floresta com seu modo de vida.
Agora, em fim de mandato, o governos estrangeiros voltam a injetar milhões via Fundo Amazônia, reforçando o mesmo ciclo: recursos que alimentam organizações, estudos e seminários, mas não chegam à base. Enquanto isso, o caboclo que manteve o verde de pé — sem nunca receber um centavo do Fundo — continua vivendo isolado, com dificuldades de transporte, saúde e educação, e condenado à pobreza. E sem ZEE, que é um instrumento da Política NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, que tem uma letra “E” de ecológico ignorado estrategicamente por ongs e ongueiros, de dentro e fora do poder.
É legítimo questionar: quando essa lógica vai mudar? Enquanto não houver transparência plena, critérios objetivos de repasse e priorização direta às comunidades locais, o Fundo Amazônia continuará sendo, na prática, um “saco sem fundo” para quem está na ponta.
THOMAZ RURAL


