Opinião/Informação:
Nos últimos dias, o senador Omar Aziz (PSD) ganhou destaque na imprensa nacional por sua defesa dos habitantes da Faixa de Gaza diante da ofensiva militar de Israel. Filho de pai palestino, Aziz condenou o uso da fome como arma de guerra e afirmou que “o Hamas é um grupo terrorista, mas você não pode exterminar uma população toda por causa de um grupo terrorista”.
Sua posição em relação ao drama humanitário no Oriente Médio é legítima e necessária. Porém, causa estranheza o fato de que a mesma indignação não se manifeste quando se trata da população do Amazonas, estado que ele representa no Senado.
O povo amazonense enfrenta uma realidade igualmente grave: avanço do narcotráfico, prostituição, migração forçada de jovens para o crime, ausência de políticas públicas efetivas e atividades econômicas travadas por decisões e imposições de ONGs ambientalistas internacionais que inviabilizam o desenvolvimento sustentável local. Enquanto comunidades inteiras ficam sem alternativas econômicas e são empurradas para a marginalidade, o senador mantém silêncio.
É incoerente e injusto que um representante eleito para defender os interesses do Amazonas dedique voz firme a causas internacionais, mas trate com timidez ou omissão a situação de seu próprio povo — que, em muitos aspectos, também está sendo “exterminado” lentamente pela combinação de abandono estatal e entraves econômicos.
Omar Aziz tem legitimidade para falar sobre Gaza, mas tem obrigação política e moral de agir pelo Amazonas. Afinal, quem o elegeu foi o povo amazonense, e é a ele que o senador deve sua prioridade.
Aziz quer voltar ao governo, nada contra, mas tem que admitir os erros do passado e atuais, mudar o slogan de sua campanha, pois “Amazonas forte DE NOVO” não faz o menor sentido. E tem mais: seus adversários, vão usar o “DE NOVO” para mostrar os seus erros, incluindo o silêncio sobre as ONGs, onde tem a FAS que ele conhece muito bem e não diz nada.
THOMAZ RURAL



