Opinião/Informação:
Gostaria que a COP 30 fosse realizada no Amazonas, estado que, apesar das dificuldades, mantém 98% de sua floresta preservada. Contudo, a escolhida foi Belém, que já vem sendo alvo de críticas pela falta de hospedagem adequada e pelos altos preços praticados. E, sinceramente, já estamos indo para a 30ª edição da Conferência do Clima sem resultados efetivos.
Para quê tanta gente se a crise climática poderia ser enfrentada com a decisão responsável de meia dúzia de líderes mundiais? Esses mesmos líderes, vale lembrar, muitas vezes sequer comparecem às COPs — e tampouco evitam os conflitos globais que invariavelmente envolvem um dos maiores poluentes do planeta: o petróleo.
Esses megaeventos, no fim, parecem servir mais para o network de ambientalistas e ONGs que vivem de vender o caos ambiental como moeda de captação de recursos. Recursos esses que, em grande parte, ficam no bolso das próprias organizações, enquanto o que chega na ponta, para as comunidades que realmente preservam, é apenas miséria e abandono.
De Manaus, por exemplo, vemos gente indo à COP muito mais para passear, visitar as Docas, experimentar o açaí paraense, do que para de fato discutir soluções concretas. As fotos postadas no INSTAGRAM vão confirmar o que estou dizendo. Tirar o evento de Belém agora seria um equívoco, mas é evidente que a presença maciça de participantes tem muito mais a ver com turismo do que com a melhoria da vida de quem preserva o verde do planeta.
Enquanto se contratam navios para hospedar visitantes, o mais sensato seria criar critérios rigorosos de participação. Mas, como já disse, estamos indo para a COP 30, e a questão climática poderia ser resolvida em uma reunião virtual entre os seis líderes mundiais que mais poluem o planeta. A verdade é que, no formato atual, essas COPs se tornaram grandes espetáculos — muito mais teatro e vitrine para captar dinheiro do que compromisso real com a preservação.
THOMAZ RURAL


