Opinião/Informação:
Nenhum caboclo do Amazonas está nessa atividade porque quer. Está por necessidade, por falta de outra opção — opção esta negada pelas mesmas ONGs que fazem as fotos e fundamentam matérias como a que o BNC está destacando. O que vemos é um paradoxo cruel: onde não é legal, anda; onde é legal, fica travado. E assim, o caboclo que preservou o verde, que poderia estar produzindo em harmonia com o meio ambiente, acaba sendo empurrado para a ilegalidade.
Não quero nada ilegal no Amazonas nem em nenhum lugar do Brasil. Mas aqui, todas as tecnologias que a EMBRAPA já desenvolveu, assim como as 21 cadeias produtivas prioritárias do IDAM para gerar emprego e renda, simplesmente não chegam na ponta. O ilegal prospera, apesar de já existir tecnologia, satélites e políticas que poderiam mudar esse cenário.
O pior é que, como já disse o ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, deve haver um responsável maior por essas atividades ilegais. Então por que as operações não param essas pessoas que financiam e estruturam o crime? Quem está nas dragas são caboclos amazonenses, pais de família, que não têm outra opção para colocar comida na mesa. Quando vem a operação federal, é sempre o caboclo que paga a conta. E quem mandou? Quem financia?
O Greenpeace fala em satélite. Pois bem: se existe satélite para vigiar e punir, por que não usar o mesmo satélite para planejar e viabilizar atividades lícitas que empreguem esse povo? Há dois caminhos:
- Estancar as organizações criminosas com influência em quase todos os poderes (como afirmou Alexandre Saraiva).
- Fazer chegar na ponta as tecnologias da EMBRAPA e os 21 projetos prioritários do IDAM — logicamente com o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) aprovado na ALEAM e sancionado pelo governador.
Enquanto isso não acontecer, o ilegal continuará prosperando, e o legal seguirá travado — e o caboclo seguirá pagando a conta por um sistema que insiste em negar-lhe alternativas.
THOMAZ RURAL


