Opinião/Informação:
Tomo a liberdade de comentar o artigo publicado no site PODER360, assinado pelo vice-governador do Amazonas, Tadeu de Souza, sobre a BR-319. Considero positivas essas manifestações frequentes do vice-governador, especialmente por se tratar de um nome com potencial para assumir o governo do estado, seja já no próximo ano, em caso de eventual desincompatibilização de Wilson Lima, ou a partir de 2027. Trata-se, na minha opinião, de um amazonense jovem, inteligente e com reais chances de êxito. A seguir, algumas considerações sobre seu artigo:
1. Ele faz a correta afirmativa de que:
“Aqueles que ainda defendem a não realização da obra em nome do clima, precisam compreender que o maior ativo ambiental da Amazônia é seu povo.”
Pois bem. Vamos aos nomes desses “aqueles”.
2. Existem dois “observatórios” que enxergam “tudo”, menos o povo do Amazonas:
- O Observatório do Clima, que entrou na justiça contra a licença já concedida da BR-319.
- A ONG IDESAM faz parte desse observatório, mas recentemente, para não perder os milhões do PPBio da SUFRAMA, fez uma nota dizendo que “não concordava” com o tal observatório e que havia se desligado.
- Como diz o ditado popular: tudo “miguelagem”.
- Suspeito, inclusive, que essa nota tenha sido exigida pela própria SUFRAMA — e publiquei isso aqui neste espaço.
- Vale lembrar: o IDESAM é contra o asfaltamento da BR-319, mas controla milhões do PPBio da SUFRAMA, prejudicando diretamente as indústrias do Polo Industrial de Manaus. Isso é um absurdo!
3. O outro é o Observatório da BR-319, que reúne várias ONGs — entre elas IDESAM e FAS — ambas contrárias ao asfaltamento da rodovia.
- A ONG FAS, por exemplo, tem parceria com o atual governo estadual, que envolve R$ 78 milhões do banco alemão KFW.
- Essa ONG tem influência direta sobre políticas públicas e conduz um “plano de bioeconomia” que é, na prática, um grande “faz de conta”.
- Não existe bioeconomia séria sem o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Amazonas — documento sistematicamente ignorado por ambientalistas, inclusive Marina Silva.
4. Ainda sobre os “aqueles”:
- No tempo do governador Eduardo Braga, o então secretário de meio ambiente saiu do cargo para assumir a ONG FAS, levando consigo milhões do Estado e do Bradesco.
- Desde 2019, a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) é ocupada por outro ongueiro, também oriundo da FAS, igualmente contrário ao asfaltamento da BR-319 e igualmente omisso quanto ao ZEE, que poderia destravar o desenvolvimento sustentável no entorno da rodovia e evitar o que aconteceu no sul do Amazonas.
- Tudo indica que, quando sair do governo, esse também retornará à FAS, mantendo o ciclo de poder paralelo.
5. A tal “abertura de diálogo” da Marina comentada pelo vice-governador não passa de mais uma enrolação política.
- Se não fizeram nada no Lula 1, Lula 2, alguém acredita que farão no fim do Lula 3?
- Os especialistas na BR-319 já provaram por A + B que essa conversa mole é só mais uma “miguelagem” de olho em 2026.
6. Já existem satélites que monitoram em tempo real todo o entorno da BR-319. O problema não é falta de fiscalização, e sim a ação de organizações criminosas, muitas vezes blindadas politicamente.
- Como prova disso, vou divulgar novamente um trecho de dois minutos do vídeo do ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva.
- Nele, o delegado deixa claro quem são os verdadeiros responsáveis pelos ilícitos na Amazônia, e afirma que há tecnologia de sobra para fiscalizar — mas falta vontade de enfrentar os criminosos.
7. Por fim, sua frase está absolutamente correta e resume tudo:
“Isso não é preservação. Isso é ausência.”
O primeiro passa para começar a organizar o Amazonas é o ZEE, não tem outro, mas os ambientalistas não querem, pois quanto mais bagunçado melhor. Se não fizer o ZEE e não tirar os ongueiros do governo, pois jogam contra atividades econômicas sustentáveis no estado e nunca colocaram um centavo de crédito de carbono e REDD+ no bolso do caboclo, NADA VAI MUDAR! Tenho dito ao Wilson Lima faz tempo, mas continua senguindo a mesma cartilha do Eduardo e do Omar na questão ambiental.
THOMAZ RURAL
Abaixo, o artigo do vice-governador


