Opinião/Informação:
Já falei várias vezes neste espaço, mas volto a insistir: municípios do Amazonas, como Parintins, precisam de um espaço coletivo voltado ao beneficiamento da produção rural. Um local simples — nada faraônico — mas que seja de grande utilidade para produtores, associações e cooperativas.
Durante os períodos de safra, muitos produtos perecíveis acabam sendo desperdiçados por falta de estrutura. Se fossem beneficiados, poderiam ganhar mais tempo de prateleira e até serem destinados à alimentação escolar. O secretário Tião e os amigos do IDAM sabem bem quais são esses produtos e as épocas em que isso acontece: frutas, peixes, tubérculos, entre outros. Outro exemplo pode ser o cacau do Porto Silva que precisa de equipamento para acelerar o beneficiamento transformando em bombons, barras, licor e o famoso capilé. Nesse espaço, uma empacotadora para farinhas diversas.
O problema é que quem produz não tem estrutura mínima. Falta um espaço para transformar uma goiaba em doce, uma banana em bananada. O biju da foto, feito pelo produtor Meinha (Pedro Pereira), é outro exemplo. Esse produto também poderia ser beneficiado nesse espaço coletivo.
Aliás, falando no biju — que já vi com as cores azul e vermelho —, percebi que o produtor precisa de uma logomarca no saquinho, para dar melhor apresentação e informação ao consumidor. Sugeri ao Meinha que procurasse o SEBRAE para essa orientação.
Sobre o espaço de beneficiamento, volto a dizer: não precisa ser caro nem sofisticado. Há várias instituições que podem ser parceiras nesse projeto, inclusive a EMBRAPA, que já possui publicações técnicas sobre beneficiamento de frutas da região. Vale lembrar que as poucas agroindústrias existentes em Parintins não conseguem absorver toda a produção durante a safra.
E essa necessidade não é exclusiva de Parintins. Manaus também deveria contar com um espaço coletivo para beneficiamento de produtos regionais. O uso individual dessas estruturas, diante da realidade local, torna-se inviável pelos altos custos. Me recordo, por exemplo, de uma indústria de polpa abandonada no Repartimento do Tuiué, em Manacapuru — uma estrutura que poderia estar sendo útil à produção local.
Para finalizar, informo que o produtor do biju também cultiva ariá. Quem tiver interesse em comprar, é só me passar a demanda que eu repasso. O próprio produtor se encarrega de despachar via Correios ou embarcar em algum barco para envio a qualquer lugar.
Fico a disposição para melhor detalhar a ideia acima, sem qualquer custo, apenas querendo ajudar diante do ouço ao longos dos meus 40 anos de setor primário.
THOMAZ RURAL






