Opinião/Informação:
Acompanho a política partidária desde 1978, quando tinha 16 anos.
Defendo o setor produtivo do Amazonas, com ênfase no agronegócio — tanto o familiar quanto o empresarial. Acredito que é por meio desse AGRO que alimenta que conseguimos melhorar a saúde, a educação, a segurança pública e impulsionar o comércio, a indústria e os serviços.
Dito isso, preciso dizer: é a primeira vez que vejo uma disputa pelo governo do Estado começar com tanta antecedência. E, diante do anúncio do prefeito David Almeida sobre a possibilidade de indicar a própria filha como vice na chapa ao governo, volto a fazer algumas ponderações. Aliás, repito aqui uma frase que tenho dito há tempos: “estão querendo me enganar.”
Minhas ponderações:
🔸 1. Omar Aziz tem o direito legítimo de disputar o governo pela terceira vez.
Mas vale lembrar que ele ainda terá quatro anos de mandato no Senado a partir de 2027. Com a provável derrota do PT na sucessão presidencial, Omar poderá desempenhar um papel de destaque como oposição no Congresso. Há quem diga que, caso ele insista na candidatura ao governo, tentará se afastar da imagem de Lula, especialmente para não perder votos em Manaus.
🔸 2. A união entre David, Omar e Eduardo Braga tem nome: emendas parlamentares.
Hoje, nenhum outro município do Amazonas tem estrutura para receber altos volumes de recursos federais. Por isso, eles não podem romper agora — ainda é “tempo de colher”. Mas, chegando perto de 2026, a ruptura vai acontecer. E, como sempre, vão inventar um novo fato político para justificar o rompimento. Hoje, a “união” é movida pelos benefícios das emendas e suas aplicações “ao povo”.
🔸 3. O lançamento do nome da filha de David Almeida tem outras intenções.
Nos bastidores, há quem diga que é só uma cortina de fumaça — uma jogada para manter o fluxo das emendas tranquilo e, lá na frente, fazer os ajustes políticos necessários. Nada está decidido de verdade.
🔸 4. Na minha visão, David Almeida é o verdadeiro candidato ao governo.
Deve contar com o apoio da máquina estadual e municipal, por razões óbvias (Tadeu e Renato) e deve buscar se descolar do PT na campanha. Ele quer ser competitivo no interior e em Manaus.
🔸 5. Caso David desista, o plano B é Tadeu de Souza.
Amigo próximo, jovem, com perfil mais “moderno” e já testado na gestão pública como vice do Wilson Lima. Ele sabe o que é acertar e errar no comando da “Compensa”.
Nossos “líderes” ainda acreditam que o eleitorado do interior pode ser controlado com facilidade, por meio de prefeitos eleitos, ex-prefeitos e lideranças locais, como se o povo fosse uma boiada. Isso é muito triste, mas ainda é realidade. Talvez seja justamente por isso que o assistencialismo e a dependência de favores ainda persistem. E assim, seguimos com comunidades inteiras presas à necessidade de ajuda pública apesar dos 21 projetos prioritários do IDAM e da ciência da EMBRAPA.
THOMAZ RURAL
