Opinião/Informação:
Tomei conhecimento da posição firme dos vereadores do Careiro, produtores rurais e empresários, contrários à absurda proposta de criação da chamada “APA do Careiro”. A reunião ocorreu ontem, e os posicionamentos apresentados foram fortes, bem fundamentados e, acima de tudo, coerentes com a realidade do nosso estado.
Não podemos cair nessa armadilha. O Amazonas já está completamente engessado e empobrecido. Basta olhar para as áreas já transformadas em Unidades de Conservação (UCs), APAs ou RESEXs: o povo vive em situação de abandono, sem acesso a direitos básicos, sem documentos, sem crédito, e sem nenhuma compensação real por preservar a floresta — uma preservação que beneficia muito mais americanos e europeus do que o próprio amazônida.
Qualquer nova proposta de criação de APA, RESEX ou qualquer outro tipo de UC só deve ser discutida após a conclusão e aprovação do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Amazonas. O ZEE é o único instrumento capaz de garantir segurança jurídica e indicar, com base técnica e científica, quais áreas são aptas para preservação e quais são viáveis para o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis.
Infelizmente, o ZEE tem sido sistematicamente ignorado por ambientalistas, ONGs e até por gestores públicos que estiveram (e ainda estão) à frente da SEMA há mais de uma década. E agora querem nos empurrar mais uma APA sem antes concluir o principal instrumento de planejamento territorial do estado.
Chega de improvisos! É fundamental lembrar que o ZEE precisa ser aprovado pela Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) e sancionado pelo governador, como já aconteceu recentemente em estados como Roraima e Amapá. Só depois disso é que podemos, com responsabilidade, discutir qualquer nova UC, APA ou até mesmo a implementação do ICMS Ecológico — que também estão tentando impor antes da hora, sem o ZEE, e sem diálogo com os verdadeiros protagonistas dessa terra.
Vi que há um cronograma de ações em andamento sobre essa nova APA. Cancelem isso! Rejeitem! Não aceitem nada sem o ZEE. O povo do interior não pode continuar pagando o preço pelo descaso e pelas decisões mal planejadas.
Vamos à luta! Primeiro o ZEE. Depois, com base nele, definimos juntos o que é melhor para o povo e para o futuro do Amazonas.
Já temos o código florestal!
THOMAZ RURAL