Nesse “balanço” não vi respostas a 6 (seis) questionamentos envolvendo a FAS, sem falar que esse “modelo”…

Opinião/Informação:

Como gestor, sempre prezei pela total transparência na aplicação dos recursos que operei no Amazonas quando estava na CONAB — e não será diferente agora. Logo abaixo das minhas ponderações ao artigo escrito pelo superintendente de Inovação da FAS, o paulista “amazônida” Victor Salviati, está o link do seu artigo.

Aliás, conheço a FAS muito antes da chegada do paulista Salviatti ao meu Amazonas. Li o artigo várias vezes e, mesmo assim, não encontrei respostas para algumas questões fundamentais que envolve a sua ONG.

Não foram citados os nomes dos engenheiros agrônomos, florestais e de pesca que receberam milhões da FAS para prestar assistência técnica nas Unidades de Conservação do Amazonas. (Veja vídeo abaixo);
Não houve qualquer menção ao fato de que o Ministério Público de Contas (MPC) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) estão apurando a relação entre FAS e SEMA, que envolve inclusive o banco alemão KfW;
Nenhuma palavra sobre a parceria da FAS com o CIEAM, tampouco sobre a atuação da fundação dentro do chamado “Observatório da BR-319“, organização contrária à repavimentação da rodovia que isola o povo do Amazonas, encarece em até 300% os custos da indústria, comércio, agro e serviços durante a estiagem, e já causou mortes de amazonenses com carretas atoladas na lama;
O artigo ignora totalmente as queimadas e o desmatamento que ocorrem dentro das Unidades de Conservação, justamente onde a FAS atua com apoio milionário e há anos;
Nenhuma linha sobre a ausência do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) no Amazonas — uma ferramenta essencial da Política Nacional do Meio Ambiente, abandonada por ONGs e “ongueiros”. Vale lembrar: a FAS ocupa espaço dentro da SEMA há mais de uma década e, até hoje, nenhum centavo caiu no bolso do povo amazonense pelos serviços ambientais prestados ao mundo;
Silêncio absoluto sobre a investigação do Ministério Público Federal (MPF) a respeito dos créditos de carbono no Amazonas, na qual o titular da FAS é nominalmente citado no site oficial do MPF-AM;

Por fim, é sempre bom lembrar: a FAS já recebeu mais de meio bilhão de reais desde sua criação. Cabe agora a cada amazonense refletir sobre o que foi realmente feito com todo esse recurso.

Esse “MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA FAS”, em parceria com o Estado, contribuiu para o governador Wilson Lima receber o estado com mais da metade da população passando fome em 2019. Aproveito para relembrar o nome das 28 organizações que receberam recursos da FAS.

THOMAZ RURAL