Opinião/Informação:
Concordo com todos os comentários do Ronaldo e do Neuton no vídeo abaixo. É inaceitável ver barcaças e navios transportando a riqueza produzida em Mato Grosso, enquanto nossos caboclos apenas assistem, vivendo na pobreza e sem perspectiva. Nossas atividades econômicas estão travadas pela ausência do Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE), uma ferramenta ambiental fundamental, mas ignorada por ONGs cujos donos ocupam a SEMA há mais de uma década. Minha indignação é a mesma de vocês desde 2003, quando passei a escrever no JC. Apenas farei alguns acréscimos:
- Basta consultar quem tentou plantar no sul do Amazonas quando a SEMA era comandada por ongueiros, ainda na gestão Eduardo Braga, para entender as dificuldades impostas por esses grupos.
- Quem travou a produção de grãos no sul do Amazonas foram secretários ligados a ONGs, com origem na FAS, que já ocupam a SEMA há mais de uma década.
- Além disso, esses mesmos grupos impedem a repavimentação da BR-319 e várias outras atividades econômicas por meio dos chamados “observatórios” do Clima e da BR.
- Desde 2003 até hoje, nenhum ex-governador — Eduardo, Omar, Melo e Wilson — teve coragem de enfrentar essas ONGs, que já receberam bilhões do Fundo Amazônia. Espero que Wilson ainda tome essa iniciativa até o final do seu mandato, se não quiser enfrentar as mesmas dificuldades nas urnas que seu possível concorrente já enfrentou.
- Não é novidade para ninguém que a FAS nasceu no governo Eduardo Braga e continua exercendo influência na SEMA do governo Wilson Lima.
- Existe uma ferramenta essencial chamada Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE), que o Amazonas ainda não possui porque os ongueiros não querem. O ZEE, que deve ser aprovado na ALEAM e sancionado pelo governador, define oficialmente as atividades econômicas no estado. Eles simplesmente não querem isso no Amazonas. Vale lembrar que um dos “E” do ZEE significa “Ecológico”, mas essa parte é ignorada, inclusive pela ministra Marina Silva.
- Para ilustrar esse ponto, vou mostrar uma foto de uma manifestação no sul do Amazonas pedindo a implementação do ZEE.
- O governador Wilson Lima já determinou publicamente a execução do ZEE, mas “eles” ignoram a decisão e ainda transferiram a responsabilidade para a SEDECTI do Serafim. O ZEE, que já custou R$ 11 milhões, hoje está estimado em R$ 50 milhões.
- Com o ZEE, o que vocês mencionaram sobre o terceiro ciclo do Amazonino teria mais segurança jurídica e, consequentemente, mais sucesso.
- Recentemente, o estado de Roraima teve o ZEE sancionado pelo governador de lá. Doutores da UFAM, Sérgio Gonçalves e Alexandre Rivas, ajudaram no ZEE de Roraima, mas aqui sequer são consultados.
- Logo abaixo está a definição do que é o ZEE, extraída do site do Ministério do Meio Ambiente. Esse ministério, assim como as ONGs que recebem bilhões em doações, simplesmente ignora o ZEE. Não é estranho?
- Aproveito para mostrar um trecho da CPI das ONGs, registrado em vídeo, onde o comandante da FAS afirma ter gasto milhões em “assistência técnica” com engenheiros de pesca, florestal e agrônomos. Até hoje, não sabemos o nome dos profissionais que receberam esses milhões.
- Por fim, detalho o percentual da produção de soja no Amazonas em comparação com a região Norte e o Brasil:
- O Amazonas produz, segundo a Conab, cerca de 40 mil toneladas de soja.
- Isso representa apenas 0,1% da produção de Mato Grosso, que chega a 48 milhões de toneladas.
- A região Norte produz 12 milhões de toneladas, e a participação do Amazonas nesse total é de apenas 0,4%.
Temos áreas disponíveis para crescer de forma sustentável e respeitando o Código Florestal. No entanto, sem o ZEE, que define oficialmente as atividades econômicas, continuaremos apenas assistindo navios transportando riquezas enquanto nossa população permanece na pobreza.
O IDAM já definiu 21 cadeias produtivas prioritárias, organizadas por produto e região. Além do IDAM, tem as tecnologias da EMBRAPA. Os grãos estão entre elas, mas sem o ZEE, que os ongueiros não querem e que a Marina Silva sequer cobra, tudo fica travado.
Parabéns pela matéria!
Essa versão mantém a força da argumentação, mas organiza melhor os pontos para facilitar a leitura. Precisa de mais alguma adaptação?
THOMAZ RURAL



https://antigo.mma.gov.br/gestao-territorial/zoneamento-territorial